Yan Di, do AliExpress: é preciso implementar continuamente inovações que melhorem a experiência de compra
Pandemia e fronteiras fechadas contribuíram para a compra on-line de importados mesmo com a intensa flutuação cambial.
Felipe Dellacqua, professor da Fundamentos Digitais e especialista em e-commerce. (Foto: Divulgação)
O Brasil teve crescimento de 76% nas vendas on-line feitas via exterior diretamente para consumidores, em 2020. Assim, o e-commerce cross border, que pode ser traduzido como “comércio transfronteiriço”, já representa 21% das compras on-line realizadas por clientes brasileiros. É o que mostra o estudo Webshoppers do ebit/ Nielsen, sobre os números do varejo digital no Brasil.
“É uma tendência que veio para ficar. Estamos digitalizando muitos processos que antes eram totalmente físicos. Grande parte do varejo também permite que se faça a compra por marketplace ou WhatsApp”, explica Felipe Dellacqua, professor da Fundamentos Digitais e especialista em e-commerce.
A categoria de moda é a mais representativa nas compras on-line, com expectativa de gerar US$ 759,5 bilhões de receita em 2021, aumento de 15%. Nos próximos quatro anos, as vendas de vestuário e acessórios devem atingir a marca de US$ 1 trilhão. Já a categoria de brinquedos e hobbies, com US$ 590,7 bilhões de receita prevista para este ano, o que representa 12% de crescimento, foi classificada como a segunda maior no e-commerce mundial.
Facilidade
O AliExpress, serviço de vendas internacionais do grupo Alibaba, tornou-se o primeiro marketplace internacional a permitir que seus usuários usem o método digital de transferências eletrônicas PIX para pagar suas compras. A característica esteve disponível para um número restrito de usuários ao longo do mês de julho e, a partir de agora, pode ser utilizada por qualquer brasileiro, em qualquer compra feita na plataforma.
Antes da estreia do PIX, os consumidores locais podiam pagar suas compras utilizando cartões de débito, transferências bancárias e transferências eletrônicas.
“Além de assegurar o melhor preço entre os marketplaces disponíveis para brasileiros, entendemos que é preciso implementar continuamente inovações que melhorem a experiência de compra de nossos usuários, o que inclui uma logística excelente, atendimento ao consumidor no pós-venda e os meios de pagamento mais convenientes para nossos usuários”, afirma Yan Di, diretor-geral do AliExpress para o Brasil.
Yan Di, diretor-geral do AliExpress para o Brasil. (Foto: Divulgação)
Sem fronteiras
A b8one, laboratório de soluções digitais focado em e-commerce e uma das empresas de tecnologia que mais crescem no país, e a Tristar, grupo global de serviços aeroportuários, se uniram para ajudar empresas brasileiras a ganharem mercado nos Estados Unidos e na Europa com o comércio eletrônico. A iniciativa é inédita no Brasil e visa facilitar o processo de exportação de grandes marcas do varejo, levando os produtos nacionais ao consumidor final com segurança e eficiência. Inicialmente, o projeto contempla aeroportos em São Paulo, Recife, Salvador e Belo Horizonte.
“Globalizar o e-commerce deixou de ser uma opção e se tornou uma questão de sobrevivência. E o momento não poderia ser mais propício, por conta do câmbio. O projeto veio para desmistificar a ideia de que a exportação é um bicho de sete cabeças para o empresário brasileiro. As marcas que cresceram com o varejo on-line, durante a pandemia, querem agora se internacionalizar”, destaca Renato Avelar, sócio da b8one, responsável pela área de negócios.
Renato Avelar, sócio da b8one. (Foto: Divulgação)
De acordo com Ricardo Teixeira, diretor de Novos Negócios da Tristar Express, atualmente, tanto o pequeno quanto o grande empresário precisariam contratar cerca de seis empresas para fazer seu produto sair do Brasil. “Nosso objetivo é substituir todo esse complexo sistema e cuidar de toda a logística internacional. Os estrangeiros adoram a moda brasileira, por exemplo, porém, não têm como comprar os produtos”, ressalta.
Teixeira explica que a Tristar Express, unidade de negócios do grupo especializada em remessa expressa, ficará encarregada de toda a parte legislativa e tributária da operação, uma das grandes dores de cabeça para quem almeja o mercado externo.
“Cuidaremos de toda a integração de câmbio, documentação, desembaraço aduaneiro e entrega ao consumidor final. Tudo a custo acessível e levando cerca de 7 a 10 dias – a média do mercado gira em torno de um mês. Estamos olhando para o e-commerce e para o empresário que tem dificuldade com idiomas e moedas estrangeiras. A b8one criará o ambiente tecnológico para isso e nós viabilizaremos a logística. Essa união é um movimento novo que revolucionará a exportação do varejo”, diz.