Thiago Cordeiro, da GoodStorage: 'Self-storage aproximou mais os estoques dos clientes finais, otimizando o trabalho de logística das empresas'

Thiago Cordeiro, diretor da ASBRASS e CEO da GoodStorage. (Foto: Divulgação)

Com domínio mundial, a locação de espaços para armazenamento despontou como um dos setoresque mais crescem, desde 2020. A tendência é que esse segmento se torne ainda mais valioso. De acordo com dados da Mordor Intelligence, o mercado valia US$ 48 bilhões em 2020 e a expectativa é que alcance USD 64 bilhões em 2026. Em território brasileiro, o segmento cresceu 19% em 2021 e ultrapassou o valor de R$ 76 milhões em movimentações, por mês, segundo a Associação Brasileira de Self Storage (ASBRASS).

“A pandemia ajudou no impulsionamento deste setor no Brasil. Isso, principalmente, por conta do comércio eletrônico, que já vinha crescendo. Mas com o abrandamento da pandemia, precisou escalar rapidamente. Assim, o segmento passou a atuar como a última milha das operações de PMES, marketplaces e dos e-commerces, aproximando estoques dos clientes finais, otimizando o trabalho de logística dessas empresas”, explica Thiago Cordeiro, diretor da ASBRASS e CEO da GoodStorage.

Na visão do especialista, o sucesso também se deve à diminuição de espaço residenciais, principalmente nas grandes capitais. “Existe uma tendência de diminuição nos espaços dos lares brasileiros, o que deve aumentar a demanda por locação de lugares flexíveis de armazenamento, usados como extensão da casa, para uso com objetos pessoais, algo já muito comum e consolidado no mercado americano e europeu”, afirma

Agilidade

Em relação aos diferenciais do self-storage, Thiago Cordeiro, diretor da ASBRASS, destaca, entre os fatores, o fato de a operação não ser burocrática. “A flexibilidade é algo fantástico, pois é possível ampliar a metragem contratada ou cancelar a locação sem burocracia nem multa no próprio mês corrente. Isso é importantíssimo para empresas em crescimento, por exemplo, o comércio on-line”.

Aporte milionário

Em julho deste ano a empresa de Cordeiro, a GoodStorage, recebeu aporte de US$ 75 milhões na 3ª rodada de investimentos liderada pela gestora de private equity Evergreen Investment Advisors.

O aporte será destinado à expansão dos negócios da companhia, que deve abrir mais de 10 novas unidades (100 mil metros quadrados), até o final de 2022 Fundada em 2013, a empresa possibilita a locação de boxes a partir de um metro quadrado, sem burocracia e fidelidade, e que podem funcionar como uma extensão de casa ou da empresa, uma vez que armazena diversos tipos de objetos, como os de decoração, escritório, móveis, arquivos pessoais, entre outros. Além de também servir como solução para que empresas possam gerir seus estoques de maneira eficiente e muito mais próxima do cliente final.

Com o crescimento do e-commerce dos últimos anos e o aumento expressivo das modalidades de entrega expressa, a GoodStorage viu a oportunidade de converter tendência em solução para as indústrias e empresas que fazem da capital paulista uma das 40 maiores economias do mundo. Tornou-se pioneira em oferecer espaços inteligentes dentro do centro urbano.

“Quando olhamos para as empresas de grande porte, nossas unidades ganham outra proporção. Em vez de boxes, falamos de galpões a partir de mil metros quadrados, situados no entorno das principais vias expressas, com acesso fácil a rodovias. É uma lógica de escoamento de grandes estoques e cadeias produtivas, para que esses itens contem com o mesmo dinamismo oferecido nesse serviço”, aponta Cordeiro.

Neste novo segmento a intenção é apoiar companhias que buscam otimizar rotas, reduzir custos fixos e melhorar a eficiência da cadeia logística de entrega, bem como na logística reversa. O diferencial da marca é estar presente em todas as regiões da cidade, o que permite o apoio mais eficiente aos desafios da logística de última milha, o chamado last mile.

“É uma evolução de algo que já vínhamos fazendo. Enquanto nos Estados Unidos, o self storage é usado quase exclusivamente por pessoa física, no Brasil é comum a procura por empreendedores e pequenas empresas, que usam os boxes como estoque e no apoio para a organização de pedidos e remessas. O que fizemos foi maximizar esse potencial, criando condições para que algumas das maiores organizações do país possam ser tão bem atendidas quanto esses empreendedores. Nossa vantagem é que, por sermos administradores imobiliários profissionais, oferecemos espaços funcionais e bem geridos para que os locatários não precisem se preocupar com nada além do próprio negócio”, completa.

Começo promissor

Em resposta à crescente demanda por espaço nas grandes metrópoles, a Smartstorage anunciou recentemente a ampliação de sua rede em menos de 24 meses do início de suas operações, e inaugurou nova unidade no bairro da Bela Vista, centro da capital paulista. E ainda está com obras a todo o vapor para a terceira unidade Elevado.

“Abrirmos o Smartstorage em resposta ao pulsante mercado de e-commerce e da sua necessidade de logística last mile, assim como à crescente demanda de espaço as a service por empresas que buscam a solução de selfstorage para armazenar seus estoques, documentos, arquivo morto e ainda reduzir seus custos fixos”, esclarece Francisco Canuto, CEO do Smartstorage.

Além de atender o mundo corporativo, a empresa possui clientela de pessoas físicas que estão construindo, ou reformando sua casa, ou desejam otimizar sua metragem e precisam, portanto, guardar seus móveis e objetos em um local seguro, de fácil acesso e com bom custo benefício.

Os boxes variam de 1 a 500 metros quadrados - exatamente para atender diferentes necessidades. Seus valores, segundo Canuto, são calculados de acordo com a metragem e expectativa do tempo em que o box será usado. Há boxes a partir de R$ 90 mensais e o contrato é renovado automaticamente pelo pagamento mensal.

Dentre as facilidades que a empresa oferece, destaca-se que não há burocracia, carências, fiador ou taxas extras na contratação. E mais: todo o processo pode ser realizado on-line. “O cliente escolhe o tamanho do seu espaço, paga o aluguel e usa o box pelo tempo que for necessário”, finaliza Canuto.