Startups oferecem soluções logísticas com foco na velocidade e competitividade

Para amenizar esse gargalo nacional, as logtechs, startups focadas em logística, unem tecnologia de ponta e administração moderna para aumentar a produtividade de seus clientes.

odrigo Mourad, co-fundador e presidente da CobliRodrigo Mourad, co-fundador e presidente da Cobli. (Foto: Divulgação)

Setor onipresente da economia e que impacta boa parte dos bens e serviços, a logística no Brasil sofre com desafios estruturais e operacionais. Seu alto custo compromete e reduz a competitividade das empresas, que não conseguem atuar com o preço e qualidade esperada pelos seus clientes.

Para amenizar esse gargalo nacional, as logtechs, startups focadas em logística, unem tecnologia de ponta e administração moderna para aumentar a produtividade de seus clientes. Rodrigo Mourad, co-fundador e presidente da Cobli, logtech de gestão de frotas que utiliza Internet das Coisas (IoT) e inteligência de dados, aponta que a logística brasileira tem uma das menores adoções de tecnologia do mundo e isso é uma das principais causas da falta de eficiência.

“Falar sobre Indústria 4.0 não faz sentido ainda para a maior parte das empresas do Brasil e é importante trabalharmos para criar um processo de implementação contínua de tecnologias, processos e culturas. Muitas empresas tentam pular diversas etapas, falham e não entendem o porquê não conseguiram sucesso”, analisa Mourad.

Demanda

A Mandaê, plataforma de inteligência logística que conecta e-commerces a transportadoras, fechou o primeiro semestre de 2021 com crescimento de 35% em seu faturamento em relação ao mesmo período de 2020. A empresa aumentou em 14% sua base de clientes, superando dois milhões de encomendas processadas e enviadas para todo o Brasil, volume 30% maior do que o registrado no ano anterior.

Marcelo-fujimoto-Cofundador-e-CEO-MandaeMarcelo Fujimoto, CEO e cofundador da Mandaê. (Foto: Divulgação)

Segundo Marcelo Fujimoto, CEO e cofundador da Mandaê, para contrabalançar os conhecidos problemas de infraestrutura da malha rodoviária, e garantir a qualidade e prazos de serviços logísticos de entrega, é preciso contar com parceiros de negócios confiáveis e especializados.

“A Mandaê trabalha apenas com as melhores e mais especializadas frotas de transporte de alcance nacional das regiões em que atua diretamente, como São Paulo e Minas Gerais. Também conta com uma plataforma de tecnologia capaz de roteirizar em segundos as entregas, considerando as melhores opções viárias, rastrear cargas e permitir imediato acionamento de transporte em caso de incidentes, o que resguarda prazos de entrega”, afirma.

Mesmo antes da pandemia do coronavírus, o setor já passava por mudanças, que incluem mais foco no tempos de envio – especialmente a entrega no dia seguinte –, na redução de custos de transporte, na expansão dos serviços de atendimento e em pequenas e médias empresas. Fujimoto destaca que não há dúvidas de que a logística se tornou um fator crítico de sucesso para o comércio on-line.

“O crescimento conquistado pelos marketplaces nos últimos anos faz com que o investimento nesta área seja cada vez maior. Os marketplaces utilizam a logística como principal arma de domínio do mercado on-line: por meio de custos de transporte mais baixos e tempos de envio mais rápidos, as taxas de conversão sobem, atraindo mais compradores e impulsionando as vendas”, avalia.

Na onda do agro

Impulsionada pela digitalização do setor de logística e pelo bom desempenho do agronegócio, a Cargo X, maior marketplace de fretes do Brasil, alcançou crescimento de 75% no faturamento em 2020. Apesar do cenário ainda ser de incertezas por causa da pandemia, a logtech projeta salto de 40% até o final deste ano.

federico_vegaFederico Vega, CEO da Cargo X. (Foto: Divulgação)

A empresa acompanhou o bom momento do agro, que contratou 44% mais fretes na plataforma em relação a 2019.

“Durante a pandemia, a alta do dólar proporcionou condições favoráveis para exportação de commodities. Tudo que o agro produz está atrelado ao preço do dólar. A redução no transporte de produtos industrializados na maior parte dos segmentos, com exceção de alguns setores como alimentos e produtos higiênicos, aumentou a disponibilidade de transportadores aptos a carregar commodities agrícolas. O diesel mais barato, por causa da demanda menor e da desvalorização do barril de petróleo, diminuiu custos operacionais em diversas áreas, incluindo a de transporte. Tudo isso fez com que o agro impactasse positivamente nosso setor”, explica Federico Vega, CEO da Cargo X.

O executivo constata que a digitalização do setor foi bastante importante para que a logística atingisse maturidade e conseguisse otimizar os processos.

“O setor vem, nos últimos 10 anos, se transformando, com a chegada de aplicativos, como a Cargo X, que auxiliam os transportadores a operarem com o mínimo de capacidade ociosa possível, fazendo com que os produtos cheguem às empresas e consumidores de todo o país. Por isso, acreditamos que quanto mais tecnologia empregamos, mais conseguimos fazer o setor crescer”, sinaliza Vega.