Bárbara Mattos Galvão, da Camargo Corrêa: compromisso com voluntariado está enraizado em projetos estruturantes

Fundações, institutos e fundos de grandes empresas movem a roda da solidariedade.

Camargfo corre_Rafael Henrique Alves de SousaBárbara Mattos Galvão, diretora executiva do Instituto Camargo Corrêa, destaca que as ações da construtora procuram beneficiar pessoas em comunidades vizinhas às obras. (Foto: Rafael Henrique Alves de Sousa)

A criação de grupos e instituições capazes de atuar com eficiência e diretamente no foco dos problemas sociais se profissionalizou nas últimas décadas. Com marcas reconhecidas em todo mundo, como é o caso da Fundação Bill & Melinda Gates ou Fundação Lemann, estas iniciativas que levam o nome de importantes empresários inspiram outros profissionais a praticarem a responsabilidade social, gerando assim um ciclo propositivo de ações e inspirações.

A pandemia do novo coronavírus e o agravamento das crises climática e econômica ao redor do mundo revelaram a necessidade e perseverança dessas organizações. Por aqui, o Fundo JBS pela Amazônia é um dos empreendimentos mais recentes e importantes. A segunda maior empresa de alimentos do mundo constituiu o Fundo no ano passado para promover a preservação da floresta e o desenvolvimento sustentável da região, além de melhorar a renda e a qualidade de vida das comunidades existentes no bioma.

O Fundo JBS pela Amazônia, que é aberto para contribuições e parcerias de associações da iniciativa privada, terceiro setor e grupos multistakeholders, receberá o aporte de R$ 250 milhões nos primeiros cinco anos. A companhia se compromete, ainda, a igualar sua contribuição às doações feitas por terceiros até o valor de R$ 500 milhões. A meta é levar os recursos do fundo a um total de R$ 1 bilhão.

Para Joanita Maestri Karoleski, presidente do Fundo JBS pela Amazônia, é fundamental a maior participação da iniciativa privada para viabilizar a expansão da bioeconomia e a inclusão socioeconômica na região da Amazônia. “Nossos projetos contam com uma diversidade ímpar. Temos condições de transformar várias cadeias de valor que atuam na floresta rumo ao desenvolvimento sustentável e trabalhamos para que mais empresas se juntem a nós”, afirma.

Joanita Maestri Karoleski - presidente do Fundo JBS pela AmazôniaJoanita Maestri Karoleski, presidente do Fundo JBS pela Amazônia. (Foto: Divulgação)

No caminho do bem

Atualmente, o Fundo JBS pela Amazônia apoia seis projetos no Bioma Amazônia. Este engajamento da empresa logo atraiu outros parceiros e investidores, entre eles a XP.Inc, que anunciou em setembro a doação de R$ 500 mil para um dos seis primeiros projetos apoiados pelo Fundo JBS pela Amazônia.

“A chegada de uma empresa com a relevância da XP é mais uma prova de que o Fundo JBS pela Amazônia pode e deve se tornar um dos grandes motores do desenvolvimento sustentável da Amazônia”, destaca afirma Joanita. Em setembro, também foi a vez da companhia Aviagen América Latina colaborar com a ação. Ao longo de três anos, a empresa, que atua no setor de genética avícola, doará mais de R$ 1,5 milhão para o desenvolvimento dos projetos que fazem parte do Fundo.

União faz a força

Neste ambiente altamente colaborativo em prol do meio ambiente, a JSL, uma das maiores empresas de logística do país e a Fundação Toyota do Brasil firmaram parceria de apoio ao projeto Águas da Mantiqueira, para restaurar um hectare de floresta no município de Sapucaí Mirim, em Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira. A região é uma das maiores províncias de água mineral do mundo, com aproximadamente 500 quilômetros de extensão.

“Os princípios de sustentabilidade ESG estão no centro da estratégia da JSL há bastante tempo e essa é uma oportunidade importante, não de apenas mitigar os efeitos das mudanças climáticas, como para preservar e proteger os ecossistemas relacionados a bacia hidrográfica, fundamentais para as gerações futuras”, analisa Ramon Alcaraz, CEO da JSL.

A iniciativa soma-se a outros esforços para reduzir os impactos das emissões de CO₂, fruto da utilização do diesel no transporte para as fábricas da Toyota, instituidora da Fundação Toyota. A logística comumente chamada de milk run, é um serviço realizado pela JSL em busca da melhor otimização e economia dos processos.

"O projeto nos mostra que as áreas naturais são a embalagem perfeita para água, movimentam a economia, o turismo e garantem a saúde de todos os seres. A neutralização de carbono por meio de restaurações ecológicas é a maneira mais eficiente de garantirmos maior qualidade de vida para todos os habitantes da terra", explica Otacílio do Nascimento, diretor-executivo da Fundação Toyota do Brasil.

Instituto XP Thiago Bugallo
Guilherme Benchimol, fundador da XP Inc: “lançamento do Instituto XP é parte do nosso compromisso com o futuro do Brasil”. (Foto: Rafael Baranda)

Mãos na massa

Criado em 2000, o Instituto Camargo Corrêa (ICC) orienta o investimento social do portfólio Mover e em especial da Camargo Corrêa Infra e seus clientes, atuando nas regiões onde as obras da empresa são realizadas. Em parceria com clientes, poder público, instituições não governamentais e lideranças comunitárias, a Instituição promove projetos voltados ao desenvolvimento econômico por meio do empreendedorismo e ao acesso das comunidades mais vulneráveis à uma infraestrutura digna.

Em agosto, o ICC promoveu a 13ª edição do Dia do Bem-Fazer. A iniciativa tem como objetivo estimular atividades de voluntariado entre profissionais e lideranças da construtora Camargo Corrêa Infra, intensificando o vínculo da empresa com comunidades vizinhas às obras de sua responsabilidade. Em mais de uma década, o projeto se tornou tradição e já beneficiou diretamente mais de 28 mil pessoas em mais de 100 municípios brasileiros a partir da participação de quase 20 mil voluntários, incluindo profissionais e familiares de colaboradores da construtora.

Para Bárbara Mattos Galvão, diretora-executiva do instituto, os projetos de impacto social e de desenvolvimento comunitário com apoio da iniciativa privada se tornaram ainda mais necessários no contexto da pandemia. “O compromisso com o voluntariado é um valor enraizado na cultura da Camargo Corrêa Infra e diariamente cultivado entre nossos profissionais, por meio de projetos estruturantes nas comunidades em que executamos obras. Com a prática do voluntariado exercido constantemente em nossa companhia, o Dia do Bem-Fazer é uma grande celebração de um trabalho que é feito ao longo do ano", afirma.

Capacitação

A XP Inc. fez o lançamento de seu Instituto XP. O objetivo da entidade é, juntamente com a Xpeed – a escola de educação financeira da XP – levar educação financeira a 50 milhões de pessoas em uma década.

O Instituto XP tem orçamento de R$ 20 milhões para o primeiro ano e quer ajudar a construir um ambiente educativo de finanças mais tecnológico, inovador e inspirador para os brasileiros e brasileiras. A proposta, a partir da disseminação de conteúdos gratuitos, é transformar a realidade atual em que 7 em cada 10 brasileiros são “analfabetos financeiros” e não poupam nada, sendo que dois terços estão negativados e 56% não fazem sequer um orçamento familiar. O público-alvo são pessoas com pouca instrução formal e indivíduos em situação de vulnerabilidade social.

“Procuramos desafios além das nossas capacidades e não nos conformamos com o status quo. O lançamento do Instituto XP é parte do nosso compromisso com o futuro do Brasil. Assumimos hoje o protagonismo de inspirar, capacitar e engajar a sociedade para que todos juntos - colaboradores, educadores, pais, lideranças públicas, organizações da sociedade civil, pesquisadores, empresas, empreendedores, clientes, voluntários - possamos amplificar o acesso à educação financeira para milhões de pessoas”, afirma Guilherme Benchimol, fundador da XP Inc.

Na mesma direção da XP, que é promover conteúdos relevantes e que fortaleçam a sociedade, a Fundação Telefônica Vivo acaba de lançar o livro “Escola para Todos: promovendo uma educação antirracista”, que reúne um acervo de práticas educacionais elaboradas por educadores de diferentes etapas da educação básica e diversas regiões do Brasil. O conteúdo é fruto de inúmeras edições do curso homônimo disponível na Plataforma Escolas Conectadas, que oferece formação continuada de professores.

A Vivo conta com um sólido programa de diversidade, que atua nos pilares de Raça, Gênero, LGBTI+ e Pessoa com Deficiência. A diversidade é um tema da maior relevância, pois é fundamental para criar um ambiente de inovação e criatividade na busca de soluções complexas e no desenvolvimento de soluções para toda sociedade. “Com esta publicação esperamos mostrar que, a partir de um sério compromisso com uma educação antirracista, é possível reinventar a sala de aula. Pode ser desafiador, mas os resultados são gratificantes ao se observar a construção de uma sociedade mais justa”, explica Americo Mattar, diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo.