David Droga, da Accenture: A próxima geração da internet irá transformar a forma como vivemos e trabalhamos

Experiência imersiva, ambiente colaborativo e quebra de barreiras definem as metaprofissões.

Aos 32 anos, ele deixou as pistas olímpicas para se dedicar a tecnologia -  99 Empreendedores - Cases de Empreendedorismo - Inspiração empreendedora -  Conheça as histórias dos maiores empreendedores brasileirosPedro Chiamulera, fundador do ecossistema de tecnologia T.group (Foto: Divulgação)

O metaverso vem chamando a atenção de empresas e investidores pela promessa de revolucionar vários mercados. De acordo com dados da EarthWeb, o cenário de desenvolvimento de plataformas e atividades em ambientes virtuais deve valer mais de US$ 280 bilhões até 2025, transformando diretamente o que entendemos por emprego e as carreiras.

Para Pedro Chiamulera, fundador do ecossistema de tecnologia T.group e da empresa referência em prevenção e combate a fraudes ClearSale, o metaverso deve se consolidar no ambiente profissional já nos próximos anos. “A tendência é que essa experiência imersiva e colaborativa possibilite novas oportunidades de negócios, facilitar a criação de empregos e a ampliação da economia digital”, afirma.

Treinamento inovador com realidade virtual

No intuito de oferecer capacitação e atualizar o nível de conhecimento de seus funcionários, a CMPC Brasil investiu na criação uma ferramenta tecnológica baseada em realidade virtual, para realizar o treinamento em segurança do trabalho para seus colaboradores. Entre as principais vantagens do uso da tecnologia estão fatores como, por exemplo, a segurança ao criar cenários em que os alunos não corram riscos reais de acidentes e maior eficiência em termos de assimilação.

“A expectativa é que por meio das simulações de realidade virtual, tenhamos profissionais cada vez mais preparados para lidar com as mais diversas situações de forma segura e dentro dos mais rígidos protocolos”, explica Mauricio Harger, diretor-geral da CMPC no Brasil.

Apesar da visão otimista de Chiamulera, uma das dificuldades da plataforma no campo profissional ainda é as pessoas compreenderem seu real propósito e o abraçarem como uma tecnologia que beneficiará as relações de trabalho. “As empresas que investirem nisso se posicionarão com vantagem competitiva, acredito que elas ajudarão a popularizar o metaverso. As novas gerações têm mais facilidade de trabalhar com essa realidade, mas a ideia é que essa experiência seja para todos”, reflete.

Atuação e interação

David Droga é o novo CEO da Accenture InteractiveDavid Droga, CEO e diretor criativo da Accenture Interactive (Foto: Divulgação)

Segundo a edição 2022 do Accenture Technology Vision: “Encontre-me no Metaverso”, a recorrência da tecnologia e da experiência remodela as empresas, as organizações correm rumo a um futuro diferente daquilo que se espera. Com o intuito de ajudar as organizações a tirar o máximo proveito dessa oportunidade, a companhia lançou o grupo de negócios Accenture Metaverso Contínuo, que será liderado por Paul Daugherty, diretor geral de tecnologia e CTO da Accenture e David Droga, CEO e diretor criativo da Accenture Interactive. No Brasil, o postulante será Paulo Ossamu, líder da área de tecnologia da Accenture América Latina.

“A próxima geração da internet está em desenvolvimento e impulsionará nova onda de transformação digital maior que tudo o que vimos até hoje. Essa nova onda irá transformar a forma como vivemos e trabalhamos”, afirma Daugherty. “Mesmo em um estágio tão inicial, já somos reconhecidos como líderes nos recursos relacionados ao metaverso, com 600 registros de patentes e mais de uma década de experiência”, completa David.

A Accenture também opera seu próprio metaverso, chamado de Nth floor, onde os colaboradores da empresa participam de eventos de integração e aprendizagem imersiva, e podem interagir com outras equipes. Para este ano fiscal, a companhia acredita que 150 mil ou mais funcionários novos terão acesso à plataforma, logo no primeiro dia de trabalho.

Top Gun

Tatiany Melecchi, CEO da Consultoria Transforma People & Performance (Foto: Divulgação)

Embora a indústria global em geral ainda esteja no estágio de aprendizado, planejamento e desenvolvimento do metaverso, essas tecnologias imersivas, juntamente com a inteligência artificial, já estão impactando consideravelmente a área de treinamento e desenvolvimento corporativo, de diversas formas. Tatiany Melecchi, CEO da Consultoria Transforma People & Performance, mestre em Marketing formada pela Massey University, na Nova Zelândia, além de ser a primeira brasileira certificada como Professional in Talent Development pela ATD (Association for Talent and Development) nos Estados Unidos, explica que recentemente a

Accenture comprou mais 60 mil headsets de realidade virtual (VR) para o setor de treinamento. “A empresa também anunciou o investimento na plataforma da Talespin, uma startup que visa usar a realidade estendida (XR) para incentivar as pessoas a aprenderem mais rápido, validarem suas habilidades e encontrarem mobilidade ascendente na força de trabalho”, destaca.Além de uma série de empresas, segundo Tatiany, existem diversas plataformas e produtos nesta área. Ela cita algumas opções que já foram testadas, como:

1) HORIZON WOORKROOMS
Uma das grandes apostas da Meta. Salas de trabalho imersivas, permitem que as pessoas se reúnam para seus treinamentos na mesma sala virtual, independentemente da distância física, mas de forma bem mais interativa do que as plataformas digitais atuais, funcionando tanto na realidade virtual quanto na web.

2) MEETINVR
Plataforma que oferece diversos espaços para trabalho e treinamento, nos quais você e seu time podem colaborar, criar e interagir de forma imersiva. Há salas individuais, salas para pequenas reuniões de equipe, teleconferências maiores e até apresentações e palestras para toda a empresa.

3) NODA
Espaço de realidade imersivo ideal para brainstorm em que é possível compartilhar modelos mentais 3D – mapas mentais, storyboards, diagramas de rede ou fluxo, planos de projeto – para aumentar produtividade, compreensão e conscientização.

 

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Qualificação profissional será essencial

Uma lista extensa de profissões, publicada pela Analytics Insight, denota alguns cargos que devem surgir com o metaverso, e são eles:

• Cientista pesquisador
• Engenheiro blockchain
• Estrategista de NFT
•Planejador e desenvolvedor de ecossistema
• Engenheiro de software
• Gerente de segurança
• Expert em cibersegurança
• Especialista em nuvem• Cientista de dados


Na prática

Tatiany Melecchi, CEO e fundadora da Consultoria Transforma People & Performance, evidencia que com essa ferramenta, novas carreiras como o metaverso planner, entre as mais concorridas e importantes desta nova era. “Os líderes das organizações também definirão estratégias para o crescimento das receitas de seus negócios no metaverso. Este profissional precisará conduzir um portfólio estratégico de oportunidades, desde a prova de conceito até a implantação. Isso significa influenciar roteiros de engenharia e desenvolver métricas-chave”, diz.