Beatriz Mansberger: 'Minha ideia sempre foi levar um pouco mais de acolhimento para o mundo'

Criadora do projeto Chef Aprendiz fala sobre o sonho de transformação por meio da gastronomia.

WhatsApp Image 2024-01-31 at 14.39.44Criadora do projeto Chef Aprendiz fala sobre o sonho de transformação por meio da gastronomia.

Idealizadora do projeto social Chef Aprendiz, Beatriz Mansberger conta com exclusividade à Robb Report Brasil sobre como tirou do papel seu sonho de fazer a diferença na vida de milhares de pessoas.

Hoje, o projeto que teve início na comunidade de Paraisópolis há 10 anos, chega à sua 15ª edição transformando o futuro de jovens em situação de vulnerabilidade social com idades entre 17 e 24 anos. Leia a entrevista completa com a criadora do Chef Aprendiz.

1. Beatriz, para começar, eu quero saber um pouco mais sobre você, sua formação, os caminhos que percorreu.

A vida inteira eu estudei em uma escola com a metodologia Waldorf e também sempre fui escoteira desde muito nova. Os dois, desde muito cedo, me fizeram vivenciar o trabalho voluntário e realidades muito diferentes da minha, a consciência, o servir e o olhar para o outro sempre estiveram muto presentes. Depois, passei no vestibular da USP para o curso de Gestão de Políticas Públicas, um curso recente na época. Entrei com muita expectativa para aprender os recursos que eu precisava para poder trabalhar com políticas públicas e mudar realidades que tanto me dóem.

2. Como tudo isso te levou a criar o projeto Chef Aprendiz? De onde surgiu a ideia?

Quando comecei a estudar, era desesperador ver o cenário como um todo e sentir a impotência, o quão pequena eu era diante do que eu estudava. Então, eu que sempre estive voltada de alguma forma para a educação, comecei a trabalhar em um projeto chamado "Pequenos autores, grandes histórias" e, a partir do piloto que realizei, criei o Chef Aprendiz. Em 2014, na ONG em que eu estava trabalhando, sentei e conversei para entender o que eles queriam fazer. Queria que fosse divertido, não uma obrigação. Eles me disseram: "vamos criar um Masterchef Paraisópolis?". A gastronomia já tinha um lugar muito afetivo na minha vida por causa da minha avó, do meu pai e do meu então namorado, que se tornou meu marido, e assim nasceu o Chef Aprendiz.

3. Você pode explicar sobre o projeto?

Minha ideia sempre foi levar um pouco mais de acolhimento para o mundo. O Chef Aprendiz é um projeto de desenvolvimento humano, com a principal meta é criar vínculos com os jovens de forma genuína, de forma a se tornar uma rede de apoio. São 40 oficinas que passam por três eixos principais: sentimentos, emoções e autoconhecimento; mercado de trabalho; mundo da cozinha. Depois de todo o processo, há uma competição final que eles devem fazer entrada, prato principal e sobremesa para os jurados que oferecem feedbacks e vagas de emprego.

4. Qual é o momento dele atualmente e quais são os planos de futuro?

Estamos começando a 15ª edição e já são quase 10 anos de estrada. No começo, trabalhávamos com financiamento coletivo e, a partir da quinta edição, passamos a trabalhar com lei de incentivo. Desenvolvemos um modelo de negócio para que o projeto pudesse continuar.

5. Como foi a indicação na lista Forbes Under 30? O que isso significa para você?

A indicação da lista foi uma grande surpresa, eu não sabia da indicação e fiquei muito feliz. Acabamos marcando um grande encontro dos indicados da lista, com pessoas de perfis tão diferentes, foi muito legal e uma surpresa para mim.

6. Quais são seus planos de futuro e próximos projetos em vista?

Nossa ideia é expandir, mas com uma expansão organizada. Mais do que números, queremos transformação.