Laura Porto: 'Até o fim de 2022, teremos 90% da nossa capacidade instalada em renováveis, perfil mais limpo do que a matriz elétrica brasileira'

Com fontes de energia eólica e solar abundantes e de alta qualidade, país garante operações inovadoras com custos altamente competitivos.

Laura porto_300Diretora-executiva de Renováveis da Neoenergia, Laura Porto. (Foto: Divulgação)

A potência instalada operacional da energia solar fotovoltaica acaba de ultrapassar a força das termelétricas de gás natural e de biomassa. Com isso, a fonte de energia limpa tornou-se a terceira maior fonte na matriz elétrica nacional, atrás apenas da hídrica e eólica. Os dados são da pesquisa da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Segundo o mapeamento da entidade, são 16,4 gigawatts (GW) de energia solar em grandes usinas e em pequenos projetos de geração própria, ante os 16,3 GW do gás natural e os 16,3 GW da biomassa. Conforme a associação, desde 2012, a energia solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 86,2 bilhões em novos investimentos, com R$ 22,8 bilhões em arrecadação convertidas aos cofres públicos. O benefício também reflete no mercado de trabalho pelos mais de 479,8 mil empregos acumulados desde então. Com isso, também evitou a emissão de 23,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

Para Carlos Dornellas, diretor da ABSOLAR, o avanço se faz pelas grandes usinas e pela geração própria em residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos, é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do país, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da população”, comenta.

Estratégia

Para ampliar a participação nesse mercado, no primeiro trimestre de 2022, a Neoenergia investiu R$ 808 milhões em projetos de renováveis, crescimento de 75% , no comparativo com 2021. A ampliação do Capex do segmento demonstra o interesse da companhia na expansão do portfólio de energia limpa.

Do valor total, os investimentos realizados nos parques eólicos somaram R$ 413,4 milhões, e R$ 364,3 milhões foram destinados à Neoenergia Luzia, complexo solar com dois parques que está em construção, na Paraíba, e as operações devem começar no transcorrer do segundo semestre deste ano.

Nesse período, a companhia seguiu com implantação dos parques do complexo Luzia, iniciando, em março, a montagem dos módulos solares do empreendimento. Ao todo, serão instalados 228.780 painéis solares de modelo bifacial, considerados mais eficientes, pois captam a radiação solar direta e a irradiação refletida pelo solo na face inferior do módulo. A usina marca a entrada da empresa na geração fotovoltaica, com capacidade instalada de potência total de 149,3 MWdc, suficiente para abastecer mais de 150 mil residências.

“Avançamos com a construção dos dois projetos – Neoenergia Luzia e Neoenergia Oitis –, que reforçam o nosso posicionamento na transformação energética para fontes limpas. E, até o fim de 2022, teremos 90% da nossa capacidade instalada em renováveis, perfil mais limpo do que a matriz elétrica brasileira”, comenta a diretora-executiva de Renováveis da Neoenergia, Laura Porto.

Sol em dourado

Empresas de vários setores também têm feito parcerias e realizado projetos de geração própria de energia limpa. A Arcos Dorados, franquia responsável pela operação do McDonald’s na América Latina e Caribe, e a EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico, acabam de inaugurar três usinas solares – a primeira situada em Cotia (SP) e duas em Rio Paranaíba (MG).

Foto_Gabriel Serber_1Gabriel Serber, vice-presidente de Impacto Social e Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dorados. (Foto: Divulgação)

O valor investido foi de R$ 28,3 milhões aportado pela EDP, e os empreendimentos possuem capacidade de geração de 11.726 MWh/ano e devem atender exclusivamente à demanda de energia de 28 restaurantes da rede e de sete quiosques de sobremesa, por meio de um contrato com duração de 12 anos com a franquia. Além disso, a geração de energia pelas usinas receberá a certificação I-REC (da sigla inglesa International REC Standard), sistema global pelo qual organizações podem comprovar fontes provenientemente renováveis.

O uso de usinas solares integra a série de iniciativas para abastecimento dos restaurantes da Arcos Dorados na busca por fontes renováveis.

“Nosso compromisso é de ser parte ativa da solução para os desafios da sociedade, sempre por meio de iniciativas inovadoras. Além de ser o certo a fazer, também pode se tornar um grande negócio. E, nos associar a uma das maiores empresas do setor elétrico para operar em toda a cadeia de valor, só reforça essa premissa. Acreditamos, ainda, que uma das principais vantagens da energia solar para o meio ambiente é que ela utiliza matéria prima orgânica originada da natureza, ou seja, busca energia elétrica por meio da luz do sol, além claro, de emitir menos gases de efeito estufa”, afirma Gabriel Serber, vice-presidente de Impacto Social e Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dorados.

As iniciativas de eficiência energética também contribuem para a empresa alcançar as metas estabelecidas na Receita do Futuro, a estratégia de atuação em Ambiental Social e Governança (da sigla inglesa ESG) da companhia, como a redução de 36% de emissões de gases de efeito estufa de sua operação direta, além de 31% das emissões de toda sua cadeia, até 2030. “A escolha da EDP para o desenvolvimento das usinas solares que abastecerão os restaurantes McDonald’s evidencia a credibilidade conquistada na oferta de soluções que, além de contribuir para o controle das mudanças climáticas, proporcionam maior eficiência e economia aos nossos clientes”, diz João Marques da Cruz, CEO da EDP no Brasil.

João Marques da CruzJoão Marques da Cruz, CEO da EDP no Brasil. (Foto: Divulgação)