Daniel Castanho: 'Acreditamos na transformação no ensino médio por estratégia e pela formação humanizada aliada à tecnologia'

A necessidade de formação prática e mentalidade criativa fazem instituições de ensino e empresas se tornarem verdadeiros hubs tecnológicos. Confira as iniciativas propositivas ao setor.

Para as novas gerações, atividades ligadas ao uso prático da tecnologia, prototipagem, inovação, criatividade, design thinking, pensamento colaborativo e diversidade são princípios conhecidos. Por essa razão, o mercado de educação e empresas que fazem parte deste ecossistema têm se mobilizado para promover ações e iniciativas capazes de aproveitar ao máximo essa disposição ao novo.

“Para mobilizar jovens cheios de talento e vontade de fazer acontecer, a educação precisa se transformar no sentido de olhar para necessidades reais, que possam ser supridas de maneiras novas, ágeis e que incorporem elementos usados intuitivamente fora dos muros da escola. A abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) está muito conectada com isso”, avalia Anna Karina Pinto, diretora de Marketing Corporativo da Samsung Brasil.

Contribuição no desenvolvimento de uma nova geração de brasileiros
Anna Karina Pinto, diretora de Marketing Corporativo da Samsung Brasil. (Foto: Divulgação)

E à medida que a tecnologia avança, surge a necessidade de novos modelos educacionais que atendam às demandas da sociedade e do mercado de trabalho. “Os estudantes, especialmente aqueles que hoje estão no ensino médio, nasceram conectados e esperam que a escola e a universidade apresentem a eles ferramentas e caminhos muito mais dinâmicos, e que efetivamente promovam a colaboração e incentivem a criatividade”, destaca a executiva que pela primeira vez está à frente do Solve For Tomorrow Brasil, iniciativa global de Cidadania Corporativa da Samsung.

Ações pelo futuro

Desde o lançamento no Brasil, em 2014, o programa da Samsung alcançou mais de 160 mil estudantes, 23 mil professores e cerca de 5500 escolas públicas. Ao todo, foram quase 10 mil projetos participantes. “Essa é uma das iniciativas que a companhia desenvolveu com base na visão ‘Together for Tomorrow! Enabling People’, na qual usamos a educação e a tecnologia como ferramentas para capacitar as futuras gerações e ajudá-las a alcançarem seu potencial máximo. A conexão entre os setores público e privado, as escolas e a academia são fatores fundamentais para o sucesso desta educação mais dinâmica e que pode gerar transformações sociais relevantes”, explica Anna.

Segundo estudo Empreendedorismo Jovem no Brasil, feito pelo Sebrae com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) no IBGE no 2° trimestre de 2021, somente 6,8% dos empreendedores brasileiros eram jovens entre 18 e 24 anos, o que corresponde a 1,9 milhão de pessoas. O levantamento ainda revela a queda da participação desse público no empreendedorismo nos últimos 5 anos. Em 2016, eles correspondiam a 7,2% dos empreendedores brasileiros e, no ápice da pandemia, a participação deles caiu para 5,8%.

De acordo com Valquiria Monte Cassiano Rizzo, responsável pelo Grupo Empreendedorismo, Sustentabilidade e Inovação do Senac São Paulo, esta faixa etária referida acabou sendo afetada por alguns motivos, entre eles o cenário incerto (para todos), a inexperiência, a falta de incentivo financeiro e para a capacitação, o que os impediu de se arriscarem a empreender. “Acredito que desenvolver uma atitude empreendedora aliada à educação inovadora com rede de apoio, o que chamamos de ecossistema empreendedor, são ferramentas fundamentais para impulsionar o jovem a empreender”, acrescenta Valquiria.

Foco na qualidade

 

Daniel Castanho, fundador e presidente do Conselho de Administração da Ânima. (Foto: Divulgação)

A busca pela educação inovadora, qualificada e eficiente para o mercado também influencia os resultados das gigantes do setor. A Ânima Educação e a DNA Capital, por exemplo, concluíram neste ano a aliança estratégica para o fortalecimento e a expansão da Inspirali, subsidiária da Ânima focada em educação médica. A conclusão da parceria entre as empresas tem por objetivo transformar a saúde no Brasil por meio da capacitação. “Acreditamos que essa aliança vai nos permitir uma transformação no ensino médio por meio de uma estratégia forte para a formação humanizada aliada à tecnologia de ponta”, afirma Daniel Castanho, fundador e presidente do Conselho de Administração da Ânima.

Criada em 2020, a Inspirali atua na gestão de escolas médicas integrantes do Ecossistema da empresa do ramo educacional como relevante player de qualidade no ensino superior de Medicina no Brasil. “Cumprimos tudo o que planejamos, com reforço da equipe, expansão com foco estratégico, integração acadêmica das novas instituições e investimento na plataforma de tecnologia, preparando a Inspirali para alçar novos patamares de crescimento”, diz o CEO da Inspirali, Guilherme Soárez.

“O ano de 2022 se mostra promissor mesmo com todas as adversidades externas. Conhecemos os nossos desafios, em contraste a isso, estamos otimistas com as estratégias traçadas para este período. Continuaremos firmes em nosso propósito de transformar o país pela educação, entregando ensino de qualidade e acessível a todos e reafirmando ao mercado o quão nossa companhia se destaca e é diferenciada”, analisa Marcelo Bueno, CEO da Ânima Educação.

meupanorama - Guilherme Soarez - Panorama ExecutivoGuilherme Soárez, CEO da Inspirali. (Foto: Divulgação)

Outra empresa engajada com a educação continuada, a Ser Educacional passou a investir em edtechs – as startups dedicadas à educação digital. Em 2021, foram concluídas as aquisições de duas delas – a Starline e a Delinea, somando investimento de R$ 43,8 milhões. A Starline é detentora da marca Prova Fácil, e atua na gestão de provas físicas e on-line. Já a Delinea é uma das maiores companhias independentes de produção de conteúdo acadêmico digital do Brasil.

“Nossa estratégia tem foco em crescimento orgânico, aquisições e investimentos em projetos inovadores, direcionando nossos esforços para consolidar um ecossistema flexível e ágil na criação e lançamento de novos cursos, bem como ofertando opções de educação continuada e outros serviços para essa nova realidade do mercado, que demanda constantes atualizações ao longo das carreiras dos alunos”, detalha o CEO da companhia, Jânyo Diniz.