Elisa Vidal, da L’Oréal: ´Cada vez mais, as empresas precisam se conectar às startups justamente para se modernizar, se atualizar e se transformar´

Elisa Vidal, líder de Inovação da L’Oréal Brasil. (Foto: Divulgação)

Ao longo dos anos, o segmento privado evoluiu com novas propostas de serviços a fim de atender às demandas da população, e com isso, as startups de saúde senvolver com soluções para o mercado. Levantamento desenvolvido pela Liga Ventures em parceria com a PwC Brasil revela que o número de healthtechs no país aumentou 16,11% entre 2019 e 2022. As informações fazem parte do estudo “Evolução das startups no setor de saúde”, que analisou a inovação nesse mercado com foco nas soluções de startups entre 2019 e 2022.

“Nos últimos anos, tivemos um avanço muito significativo da telemedicina e um movimento maior de olhar para a prevenção e o bem-estar tanto físico quanto mental das pessoas. As tecnologias tiveram papel fundamental nas transformações ocorridas no setor, mudando completamente a forma como a saúde dos pacientes é pensada, o que pode ser percebido ao analisarmos os desafios enfrentados pelas healthtechs, que refletem os novos hábitos e o futuro desse segmento”, observa Raphael Augusto, sócio-diretor de Produtos e Inteligência de Mercados da Liga Ventures.

Praticidade

Dentro desse cenário, atuam startups como a Alinea Health, empresa de tecnologia especializada em soluções para a saúde corporativa. Recém chegada ao mercado, a Alinea Health promove soluções voltadas para a garantia de uma jornada satisfatória para o beneficiário de planos de saúde corporativos, além de redução de custos para as empresas contratantes. Para isso, a healthtech fornece serviços personalizados, com todo o suporte de um time de saúde especializado, que cuidará do processo de atendimento do começo ao fim.

Fernando Ribeiro, CEO e fundador da Alinea Health. (Foto: Divulgação)

A empresa funciona como otimizador de serviços promovidos pelos planos de saúde, direcionando o paciente de acordo com as suas necessidades, e indicando os melhores serviços e profissionais disponíveis.

“Nascemos com um intuito de contribuir e agregar qualidade à jornada do beneficiário do plano de saúde, além de auxiliar as empresas com uma redução considerável com os custos. Para isso, utilizamos dados de sinistralidade, a fim de traçar o perfil de atendimento mais adequado para cada beneficiário e evitar desperdícios”, afirma Fernando Ribeiro, CEO e fundador da Alinea Health.

A empresa utiliza grandes volumes de dados e de algoritmos proprietários para identificar perfis e personalizar os serviços, garantindo atendimento diferenciado e de qualidade, além de evitar desperdícios e gerar redução de custo para as empresas. Como resultado do processo de análise e com apoio de tecnologia aplicada, a healthtech evita fraude e desperdício que pode chegar até 30% o total gasto em saúde ao otimizar os serviços e disponibilizar soluções ágeis, como dispor do atendimento por teleconsulta, além de criar linhas de cuidados preventivo ou específicas personalizadas para pacientes com doenças crônicas, o que proporciona um atendimento direcionado para o paciente e suas necessidades.

Gestão

Dentro das tecnologias disruptivas promovidas pelas startups, a Inteligência Artificial tem muito a oferecer para a área da saúde. Fatores como eficiência, produtividade e assertividade são alguns dos benefícios usufruídos pelas instituições entusiastas da alta tecnologia. Tudo isso passível de mensuração. Para eliminar cada vez mais o desperdício e reduzir custos, os algoritmos da NeuralMed se voltaram para a medicina preventiva.

“Embora não tenhamos a cultura da prevenção no Brasil, nossas soluções são capazes de encontrar os pacientes portadores de doenças crônicas antes mesmo deles se tornarem pacientes graves”, revela Anthony Eigier, CEO da healthtech, que desenvolve soluções de Inteligência Artificial para o setor da Saúde. Com essa solução, ganham os pacientes, com mais qualidade de vida e assistencial, e as operadoras de saúde, com um controle de sinistralidade expressivo.

Por meio de IA, a NeuralMed refina dados não estruturados dos pacientes e os transforma em informações de valor, permitindo identificar pacientes com algum tipo de acometimento e, então, encaminhá-los a programas de medicina preventiva e gestão de crônicos. “Hoje, 30% dos dados são gerados na Saúde. Temos muita informação para encontrar os pacientes que podem ser tratados de forma preventiva”, revela o CEO.

Anthony Eigier, CEO da healthtech. (Foto: Divulgação)

O primeiro projeto da NeuralMed neste âmbito foi realizado em parceria com a Notredame Intermédica, conhecida pela sua dedicação à saúde preventiva, e teve como objetivo identificar pacientes diabéticos em uma base de 150 mil beneficiários. Como resultado, foram identificados mais de 3,7 mil pacientes portadores da doença. Até a primeira quinzena de maio de 2022, mais de 800 pacientes foram encaminhados para programas específicos de Medicina Preventiva da NotreDame Intermédica, onde foi iniciada uma jornada de tratamento coordenado, específica para cada patologia.

Públicos

A atuação segmentada é outra tendência das operações disruptivas. A Leve Saúde, primeira operadora healthtech do Rio de Janeiro, lançada em setembro de 2020 com foco no público 45+, já ultrapassou a marca de 16 mil beneficiários e projeta expandir ainda mais sua atuação no mercado, chegando a 30 mil até o fim do ano. Além disso, a empresa prevê fechar 2022 com um faturamento de cerca de R$ 120 milhões.

Ulisses Silva, sócio-fundador e CEO da Leve Saúde. (Foto: Divulgação)

A Leve Saúde tem como pilares o Digital Health (soluções de ponta em atendimento e inteligência artificial), Atenção Primária à Saúde (gestão da saúde e não da doença) e Rede Própria (garantindo a cultura de atendimento da operadora e fazendo uma melhor gestão de recursos). Entre as iniciativas de expansão neste ano estão a recente inauguração da Leve Clínica de Nova Iguaçu - a quinta da rede própria -, que conta também com unidades na Barra da Tijuca, Centro, Campo Grande e Tijuca - e da ampliação do Leve ON, plano mais acessível da operadora, para a Baixada Fluminense.

“Estamos em um momento de crescimento sólido e acelerado, e isso só é possível devido ao sucesso da nossa estratégia, que une um trabalho forte com o canal corretor, atendimento ágil e de alta qualidade, e investimentos em tecnologia e na expansão da Rede Própria”, afirma Ulisses Silva, sócio-fundador e CEO da Leve Saúde.

Liderança feminina

Tendo a inovação em seu DNA, as healthtechs também tem um papel no fortalecimento da equida de de gênero. Desde o seu desenvolvimento, a Pipo Saúde criou uma importante cultura voltada para a diversidade, empregando atualmente 250 funcionários, sendo que 68% se identificam como mulher, 30% são pretos ou pardos, 24% são LGBTQIA+ e 3% se consideram transgêneros. Esse ambiente diverso causa cada vez mais impactos positivos na companhia, que possui um fluxo mais rico de ideias e ações.

CEO e Cofundadora da Pipo, Manoela Mitchell. (Foto: Divulgação)

Em um país onde menos de 1% das líderes são mulheres homossexuais, a CEO e Cofundadora da Pipo, Manoela Mitchell, luta para mudar o cenário atual.

“Fazer da Pipo Saúde um lugar mais diverso será sempre uma prioridade. É preciso que as empresas se preocupem hoje com a inclusão, pois só assim teremos um mundo com mais mulheres em cargos de referência, mudando de fato o prognóstico da geração do amanhã”, afirma Manoela.

Healthtech

Com o objetivo de se tornar a Beauty Tech número 1 do mundo, a L’Oréal Brasil anuncia nova parceria com a Fábrica de Startups, aceleradora que conecta grandes corporações e empreendedores, com foco em soluções inovadoras para a companhia. Juntas, irão identificar quais são os desafios e as prioridades de negócio a serem desenvolvidas na multinacional. O objetivo é unir a expertise das startups e da L’Oréal para enriquecer a experiência do consumidor, melhorar processos, além de ganhar eficiência e performance de resultados.

“O mercado de startups cresce de forma exponencial. Elas chegam com soluções inovadoras e ágeis. Cada vez mais, as empresas precisam se conectar a elas justamente para se modernizar, se atualizar e se transformar. É exatamente nesse momento em que estamos na L’Oréal. Queremos ser além da maior empresa de Beleza do mundo, também a maior Beauty Tech”, afirma Elisa Vidal, líder de Inovação da L’Oréal Brasil.

Ansiedade e depressão

A Vigilantes do Sono, referência no combate à insônia, expande suas linhas de cuidado para atuar também em outros aspectos relacionados à saúde mental e ao bem-estar da população. Além de jornadas exclusivas para quem sofre por depressão e ansiedade, o investimento contínuo em tecnologia resultou em métodos específicos para a melhora do sono, e da insônia, em mulheres na menopausa e para aqueles que possuem um horário não tradicional de trabalho (noturno e/ou em turnos). A solução da Vigilantes para a insônia se baseia em um método considerado o tratamento padrão-ouro para o distúrbio pelas principais diretrizes médicas do mundo.

Cofundador e CEO da Gympass, Cesar Carvalho. (Foto: Divulgação)

Healthtech unicórnio

O Gympass, plataforma de bem-estar corporativo do mundo, está comemorando 10 anos. Nesse período, a empresa trabalhou com milhares de empresas para oferecer mais de 5 bilhões de minutos de experiências de bem-estar para milhões de usuários em todo o mundo. Desde a rodada de aporte Série E em 2021, quando a empresa foi avaliada em mais de US$ 2 bilhões, o a companhia continuou a crescer, expandindo parcerias com grandes players de fitness e bem-estar, como Companhia Athletica, Les Mills, Lifesum e Strava, e mais que duplicando a receita ano a ano.

“Dar um passo para trás e ver tudo o que conquistamos na última década é realmente incrível”, diz o cofundador e CEO da Gympass, Cesar Carvalho. “Impactar mais de 5 bilhões de minutos da vida das pessoas em todo o mundo é um marco incrível, e este é apenas o começo de nossa jornada. Mal arranhamos a superfície do que planejamos realizar e não temos intenção de desacelerar”.