Érica Trosman: Criamos e produzimos pensando no público feminino. Isso traz um resultado melhor no conforto da mulher

Produção de motocicletas atinge melhor resultado em sete anos e marcas comemoram vendas de olho na expansão do setor.

Da esquerda para a direita: Erica Trosman, Rosy Souza (sentada) e Iael Trosman, sócias proprietárias da Laquila (Foto: Divulgação)

As fabricantes de motocicletas produziram mais de 500 mil unidades nos cinco primeiros meses deste ano. De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o volume é 22,9% maior que o registrado no mesmo período de 2021 (463 mil unidades). Esse é o melhor resultado para o período desde 2015, quando mais de 580 mil motocicletas saíram das linhas de montagem do Polo Industrial de Manaus (PIM). Ao avaliar os resultados alcançados pela indústria de motocicletas, o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, diz que o ritmo atual de produção está dentro do planejado para chegar em 1,29 milhão de unidades em 2022.

“Estamos conseguindo atingir os patamares planejados de produção para alcançar nossa meta de crescer 7,9% neste ano em relação ao ano anterior. Apesar de registrarmos crescimento de quase 23% na comparação com janeiro a maio do ano passado, temos que lembrar que naquele período fomos fortemente impactados pela pandemia”, analisa.

Fermanian destaca que em abril e maio, as fábricas tiveram produção plena, o que permitiu atender melhor à demanda por motocicletas. Dessa maneira, gradativamente a fila de espera foi sendo reduzida. “A indústria de motocicletas também registrou resultado positivo na comparação mensal: em maio, foram fabricadas mais de 129 mil motocicletas, alta de 15,2% na comparação com abril e de 25% em relação ao mesmo mês do ano passado”, finaliza.

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Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo (Foto: Divulgação)


Em festa

Uma das marcas mais emblemáticas do setor, a Honda completou 50 anos de Brasil em 2021. Mesmo em um cenário desafiador para os negócios, a companhia fechou o ano passado com resultados positivos: 24% de crescimento no volume total de motocicletas emplacadas. Foram mais de 882 mil unidades entre janeiro e dezembro do último ano, ante 711 mil, no mesmo período de 2020. A produção também acompanhou a tendência e cresceu 23%, com cerca de 933 mil unidades que saíram da linha de produção em Manaus.

“O ano de 2021 foi um período de adaptação constante, e ainda temos desafios a serem superados, mas os resultados positivos demonstram o quanto a motocicleta tem sido importante para o brasileiro e como o veículo ajuda a democratizar a mobilidade em todas as regiões do país. Como uma marca em constante evolução, apresentamos importantes novidades no nosso line up e vamos continuar trabalhando, com a rede de concessionárias e fornecedores, para promover experiências únicas”, afirma Alexandre Cury, diretor Comercial da Honda Motos.

Segundo o executivo, para 2022, apesar das incertezas do cenário econômico e da evolução da pandemia, a Honda projeta crescimento de, aproximadamente, 10% em relação ao último ano e acredita na relevância da motocicleta para o Brasil. “A Honda ocupa um lugar especial na vida de milhões de motociclistas no Brasil. São clientes que aprenderam a pilotar em uma Honda, que utilizam uma moto em seu deslocamento diário e que também vivenciam a experiência prazerosa de lazer. Há, ainda, quem tenha memória afetiva com modelos icônicos”, comenta Cury.

Acelerando

A Ducati acaba de completar 10 anos de Brasil. Com cerca de 10 mil clientes, atendidos por 16 concessionários nas principais regiões, a unidade brasileira está entre as dez de maior destaque, considerando 14 subsidiárias oficiais da marca no mundo. No primeiro trimestre do ano, a companhia registrou crescimento 21% superior sobre igual período de 2021.


Público feminino

O aumento da presença feminina no mercado de motos é notável. Segundo dados do Denatran, o número de mulheres habilitadas para pilotar motos subiu de 4,5 milhões em 2012 para 8,2 milhões em 2021, um crescimento de mais de 80% em nove anos. Além disso, elas representam cerca de 31% dos compradores de motos, conforme levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

Esse movimento de consumo tem acompanhado as categorias que mais crescem no mercado, como é o caso do setor de motopeças. “Inicialmente a gente desenvolvia itens pensando no marido que gostaria de presentear a esposa. Agora, nós criamos e produzimos já pensando no público feminino. Isso faz com que haja um resultado melhor no caimento no conforto da mulher”, explica Érica Trosman, uma das sócias e responsável pela área de Marketing e Desenvolvimento de Produtos da Laquila, empresa líder do mercado de motopeças na América Latina. Nos últimos três anos, a companhia paranaense lançou mais de 10 itens exclusivos para o público feminino, que hoje já somam 20% do total produzido.

Atualmente conta com escritório em São Paulo (SP) e unidade fabril em Manaus (AM). Pioneira no mundo, a unidade de negócios da Ducati no país foi a primeira a estruturar uma rede de vendas com concessionárias num formato único: o projeto Audi-Ducati. Pela nova formatação, lançada no Brasil em 2019, concessionários Audi podem estabelecer uma loja marca de maneira conjunta, mas ao mesmo tempo bem determinada, preservando a identidade de cada marca. Ao todo são seis unidades no país: Campo Grande, Cuiabá, Londrina, Rio de Janeiro, João Pessoa e Curitiba, inaugurada no final de maio. Para Daniel Paixão, CEO da Ducati do Brasil, “a marca continua apostando na capital paranaense, uma das cidades com melhor performance em modelos de alta cilindrada do país”, enfatiza.

Peça por peça

Estruturado em 2017, o Estoque Local de Peças Ducati representou um passo importante para os clientes da marca. Além de disponibilizar itens de reposição e abastecer diretamente os concessionários, o armazém local foi essencial para reduzir a espera no recebimento de peças que antes eram enviadas diretamente da Itália. De lá pra cá, o Estoque passou a disponibilizar 20 mil itens à pronta entrega.

“Abastecer o mercado nacional, reduzindo prazos de entrega e mantendo a disponibilidade de peças de maior giro elevou o nível de satisfação dos clientes, dando um salto positivo, e com isso atingindo um índice de 95% de assertividade”, explica Matheus Amaral, head de pós-vendas.

Com um exemplar da BMW G 310 GS Triple Black, em março, a fábrica do BMW Group em Manaus chegou a 50 mil motocicletas produzidas desde 2016, ano em que entrou em funcionamento. A marca é mais uma conquista da planta, de cinco anos de produção própria no Brasil, que antes utilizava um parceiro nacional. Promovida como ‘Sua Primeira BMW’, a BMW G 310 GS é destinada a clientes que sempre quiseram adquirir um produto da marca e desejam uma motocicleta versátil e com o DNA da BMW Motorrad.

“Este marco representa a consolidação da nossa planta como uma unidade BMW Group. Queremos seguir superando marcas, sempre com apoio de nossos colaboradores e do nosso público consumidor”, afirma Jefferson Dias, diretor-geral da fábrica de motocicletas do BMW Group em Manaus.


C-Level em Destaque

Daniel Paixão assume como CEO da Ducati Brasil e já inaugura unidade em São  José dos Campos - Jornal de BrasíliaDaniel Paixão assumiu o cargo de CEO da Ducati em maio deste ano. (Foto: Divulgação)

Daniel Paixão é um profissional internacional do setor automotivo com passagem por BMW Group, BMW Group, VW Group e Audi do Brasil, Daniel Paixão assumiu a posição de CEO da Ducati do Brasil em maio. De origem portuguesa, o executivo já trabalhou na Europa e América Latina e está no Brasil há sete anos. Desde 2015 atua na Audi do Brasil como head de TSC LATAM Regional Office. Além da elevada experiência e conhecimento técnico em áreas como Vendas, Pós-vendas, Marketing e relacionamento com o cliente, Paixão é um motociclista apaixonado. “Carrego no meu sobrenome o sentimento pela Ducati e pelo mercado das duas rodas. Estou muito confiante em dar continuidade ao sólido trabalho que vem sendo feito aqui no Brasil”, destaca.