Companhias com sede no Brasil e em Portugal convergem na busca pela implementação das melhores práticas ESG

As afinidades culturais entre Brasil e Portugal estendem-se ao ambiente corporativo, onde companhias com sede em ambos os países, adotam estratégias diversificadas, considerando as particularidades de cada país para implementação de suas agendas de governança ambiental, social e de governança.

Loara Costa - Diretora de Marketing e Trade MarketingLoara Costa, diretora do Grupo Sovena. (Foto: Divulgação)

Empresas portuguesas constituídas por equipes de direção mais inclusivas, tiveram crescimento de 19% nas receitas. O resultado consta em um estudo realizado pela consultoria de recrutamento Michael Page. O estudo mostra que os resultados positivos subiram para 60% quando a tomada de decisões é feita por equipes de gestão diversificadas. De acordo com outra análise divulgada pela consultora Sair da Casca, sobre “Diversidade & Inclusão nas empresas em Portugal, 55% delas admitem que não tem uma política de promoção de diversidade e inclusão, enquanto 58% referem não integrar critérios de diversidade na seleção dos seus fornecedores.

Reinaldo Silhéu, diretor de Qualidade, Ambiente e Segurança do grupo Vila Galé, no país europeu, entende que há uma forte sinergia entre as práticas de ESG e o crescimento sustentável. “Qualquer um destes âmbitos está ligado internamente às estratégias, boas práticas e políticas de relacionamento da empresa com os diferentes stakeholders: colaboradores, clientes, fornecedores e comunidade envolvente. De qualquer forma o ‘S’ do ESG, engloba diversas frentes, como são os casos de ética nos negócios, direitos humanos, onde também está presente a diversidade e inclusão”, contextualiza o diretor da rede de hotéis.

João Marques da CruzJoão Marques da Cruz, CEO da EDP no Brasil. (Foto: Divulgação)

Análise

Silhéu menciona que a Europa se encontra em uma fase mais avançada na implementação e aplicação dessas práticas, onde atualmente existe um forte investimento acoplado a uma pressão das entidades europeias para o seu cumprimento.

“A própria legislação europeia prevê a obrigatoriedade de vários procedimentos para as empresas nesta área. O grupo Vila Galé, vem tendo essas práticas enraizadas. De um modo geral, sempre que possível, todas estas práticas vão sendo transversais a todas as unidades quer em Portugal como no Brasil. Nós acreditamos que a responsabilidade social da empresa caminha lado a lado com o nosso modelo de governança e respeito pelo meio ambiente, pelo que canalizamos de igual forma investimentos nestes pilares da nossa política. Desta forma desenvolvemos os nossos projetos de maneira consciente e equitativa”, explica.

O diretor do grupo Vila Galé, ainda pontua que os desafios com as pautas de diversidade e inclusão passam pela questão do idioma, pois na inclusão de estrangeiros, normalmente é a primeira barreira a ultrapassar, e em um segundo momento a própria linguagem empresarial, já que dentro das unidades existem várias gerações que podem apresentar dificuldades com a tecnologia, e para todas as essas questões são promovidas iniciativas.

“Destacaria ainda a necessidade de formar bons líderes de equipes em que a em que a cultura da diversidade esteja sempre presente. Quanto às facilidades que temos encontrado nos nossos hotéis, para que este tema seja tradado de forma consciente, destacaria o bom ambiente entre as equipes promovendo assim uma interpretação de diversidade e inclusão positiva, acrescentaria ainda a questão da melhoria ao nível da inovação e eficiência pelo contacto das diferentes culturas e experiencias”.

Em termos profissionais de culturas, gêneros, raças e idades diferentes dentro da organização, o executivo demostra que o grupo preza pelos diversos públicos, apresentando-se a todos como uma empresa aberta, sem paradigmas ou barreiras, deixando de lado os pensamentos e conceitos supérfluos e fazendo com que as pessoas sintam-se à vontade. “No fundo apostando na diversidade e inclusão, permite à empresa ter um maior conhecimento e visões distintas que enriquem e facilitam o contacto e tratamento do cliente, aumentando e personalizando a capacidade de resposta”, conclui.]

Foto Nelson Beiró 3Nelson Beiró, CEO da Geocontrole. (Foto: Divulgação)

Contra a fome

Atenta ao atual problema da fome no Brasil, a Andorinha, marca pertencente ao grupo Sovena, que importa para o Brasil azeites do seu olival próprio em Portugal, criou um produto exclusivo para o mercado nacional: o azeite Andorinha Extra Virgem Projeto Revoa, uma grande inovação no setor alimentício. Isso porque 100% do lucro das vendas desse SKU será destinado a programas de aceleração de negócios sociais que desenvolvam soluções para os principais desafios de alimentação na região Nordeste do Brasil.

Esta é a primeira de muitas acelerações que a Andorinha pretende fazer com as arrecadações das vendas do azeite Andorinha Extra Virgem Projeto Revoa. A proposta, é transformar o programa em algo vivo, para que outros negócios também sejam beneficiados no futuro. “Esse azeite é o reflexo perfeito do nosso propósito, de transformar positivamente a relação das pessoas com a alimentação”, conta Loara Costa, diretora de Marketing e Trade Marketing do Grupo Sovena. “Ao adquirir o azeite Andorinha Extra Virgem Projeto Revoa, esperamos que nossos consumidores se sintam grandes apoiadores dessa causa, contribuindo para melhorar o acesso à qualidade alimentar, e, consequentemente, na inclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade”, complementa Loara.

Mais cultura

Portugal foi o grande homenageado da edição deste ano da Bienal do Livro. Uma celebração entre as nações e uma oportunidade para o aquecimento da economia, nesse movimento da volta à normalidade gradual, após períodos desafiadores no início da pandemia. Diversas editoras portuguesas promoveram o lançamento de seus livros no pavilhão Portugal. Vale também ressaltar a questão das exportações portuguesas para o mercado brasileiro. Elas representaram, em 2021, 3,84% do total das vendas externas do setor, ocupando o Brasil a 3ª posição na exportação para os países de língua oficial portuguesa. Além disso, os principais produtos embarcados por Portugal para o Brasil são Livros e Jornais (85%) e Objetos de Arte, Coleção e Antiguidades (14%). Para completar, neste ano, serão lançados 68 novos títulos de autores portugueses e de autores africanos de língua portuguesa, por 22 editoras do Brasil.

VG Touros Aerea 3O hotel Vila Galé Estoril foi ganhador de diversos prêmios como empreendimento sustentável. (Foto: Divulgação)

A EDP empresa com sede em ambos os países, e que atua em toda a cadeia de valor do setor elétrico, esteve presente na 26ª Bienal Internacional do Livro, no Pavilhão Portugal. A companhia realizou atividades destinadas ao público infanto-juvenil com programação que trabalhou a campanha institucional “Changing Tomorrow Now” (ou Mudando Hoje o Amanhã, na tradução literal) por meio de ações voltadas à temática “Oceano”. A iniciativa foi desenvolvida em colaboração com a pesquisadora Anna Carolina Queiroz, do Virtual Human Interaction Lab, da Universidade de Stanford (EUA). O conteúdo abordou temas como emissões de CO2, turismo marinho, recifes de corais e práticas inadequadas do uso da terra.

“Somos dois países unidos pela nossa língua mátria e por nossa história. Estamos nos preparando para proporcionar uma experiência mais que especial ao público infanto-juvenil da Bienal. A ideia foi mostrar a força da energia da natureza para impulsionar um futuro mais sustentável, por meio de muita tecnologia e interatividade”, destaca João Marques da Cruz, CEO da EDP no Brasil.

A valorização e preservação cultural está no DNA da EDP. A companhia foi a patrocinadora master da restauração do Museu da Língua Portuguesa. Além disso, a primeira empresa a anunciar o patrocínio na reforma do Museu do Ipiranga, que será reinaugurado em setembro. Ao todo, a empresa investiu R$ 32 milhões nas duas iniciativas.

Compromissos fortalecidos

Nelson Beiró, CEO da Geocontrole, multinacional portuguesa especializada em soluções em geotecnia e geologia fala que na sua percepção os conceitos de ESG estão mais enraizados na Europa.

“Inclusive existem alguns planos que os estados-membros assumiram que preveem a concretização de algumas metas até determinadas datas, que, caso não sejam atingidas por determinado país, pressupõem a aplicação de multas ou limitações ao acesso a fundos europeus. Portanto, por aqui, já não é uma questão opcional ao investimento sustentável. Já no Brasil, percebo que o país está a trilhar o caminho com engajamento das empresas, a começar pelas maiores companhias que fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial.  A minha percepção, a diferença dos critérios de ESG entre a Europa e o Brasil está atrelada aos desafios, cultura, oportunidades e vulnerabilidades de cada país; fatores que estão intimamente conectados com as ODS”, pontua o CEO da companhia que também possui relevante posicionamento no Brasil, em sua sede em Belo Horizonte.

Metas azeitadas

A estratégia para o ciclo 2021-2023 do Grupo Sovena, deriva de seu propósito de promover uma alimentação cada vez mais diversificada e sustentável através da qualidade e inovação nos produtos, através da utilização da agricultura que protege a natureza e através de meios eficientes e circulares de transformação: A estratégia para o ciclo 2021-2023 do Grupo Sovena, deriva do propósito diversificado. (Foto: Divulgação)

  • O desenvolvimento de uma Gestão da Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos Plano para nossas fazendas
  • Redução de 30% nas emissões de gases de efeito estufa
  • 100% de eletricidade de fontes renováveis em nossas fábricas
  • Incorporação média de 50% de PET reciclado no plástico das marcas Sovena
  • Compromisso de, até 2025, 28% do plástico utilizado ser reciclado

Cultura e laços comerciais

Diversas editoras portuguesas promoveram o lançamento de seus livros no pavilhão Portugal. Foi destacado o volume das exportações portuguesas para o mercado brasileiro. Número que em 2021, representavam 3,84% do total das vendas externas do setor, ocupando o Brasil a 3ª posição na exportação para os países de língua oficial portuguesa. Além disso, os principais produtos extraídos de Portugal para o Brasil são livros e jornais (85%) e objetos de arte, coleção e antiguidades (14%). Para completar, neste ano, serão lançados 68 novos títulos de autores portugueses e de autores africanos de língua portuguesa, por 22 editoras brasileiras.

Sovena_fábricaA estratégia para o ciclo 2021-2023 do Grupo Sovena, deriva do propósito diversificado. (Foto: Divulgação)

Energia limpa

Ampliando seu compromisso com a sustentabilidade e o meio-ambiente, a rede hoteleira portuguesa Vila Galé adotou a utilização de energia limpa em todos os seus hotéis no Brasil.  O Vila Galé Touros (RN), Cumbuco (CE), Marés (BA), os Eco Resorts Vila Galé Angra dos Reis (RJ) e Cabo de Santo Agostinho (PE), e os hotéis de cidade - Vila Galé Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro – estão certificados pela empresa Delta Energia por utilizar energia proveniente de fontes eólica, solar, pequenas centrais hidrelétricas (PCH) ou gerada a partir de Biomassa.