Ana Karina Bortoni Dias: Aderimos ao Movimento Mulher 360, pelo empoderamento econômico da mulher brasileira, um compromisso de equidade de gênero

Mulheres têm ocupado cargos-chave para ampliar o desenvolvimento e aplicação dos pilares ESG nas companhias.

Crédito: DivulgaçãoAna Karina Bortoni Dias, CEO do BMG. (Foto: Divulgação)

A participação das mulheres na liderança de empresas de capital aberto ainda está muito abaixo do esperado. A constatação é da pesquisa feita pela Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Entre as 337 empresas analisadas, 21,1% delas não contam com nenhuma mulher nos conselhos ou diretorias.

Se analisarmos pela perspectiva mundial, a desigualdade de gênero só acabará em 132 anos, de acordo com dados do relatório Global Gender Gap Report e apresentados pelo Fórum Econômico Mundial. No documento, o Brasil ocupa a 94ª posição no ranking, Se analisarmos pela perspectiva mundial, a desigualdade de gênero só acabará em 132 anos, de acordo com dados do relatório Global Gender Gap Report e apresentados pelo Fórum Econômico Mundial. No documento, o que inclui 146 nações, no quesito avanços dessa agenda. “Uma realidade que estamos mudando hoje para que as próximas gerações não se vejam diante de um cenário tão adverso”, destaca o Movimento Mulher 360.Ainda de acordo com o relatório, no Brasil, onde elas somam mais de 108 milhões de pessoas e representam 51% da população, houve uma ligeira evolução, em comparação com o levantamento feito em 2021. Outro indicador de esperança listado no documento é a redução do desequilíbrio das oportunidades oferecidas para elas e eles.

Por outro lado, os avanços desta agenda são indiscutíveis, observa a CEO.

“Temos números que reforçam o aumento de estratégias internas para equidade de gênero, o que nos permite dizer que as empresas compreendem que hoje esta questão não se trata apenas de justiça social. É um valor ímpar para impulsionar negócios e cabe às organizações se manterem ativas na adoção de medidas que ajudem a reduzir a desigualdade”, explica.

Alinhamento

O BMG figura entre as empresas que têm investido em ações sociais voltadas às populações vulneráveis e adotado práticas de governança sólidas e reconhecidas. O banco também promove intensamente a inclusão social e a diversidade, o que o coloca como referência em equidade de gênero. O Conselho de Administração é um dos que possuem mais mulheres do mercado, é o único banco com capital aberto no Brasil a ter uma CEO e, no momento, 50% do quadro funcional é ocupado por mulheres.

O banco também promove intensamente a inclusão social e a diversidade. Atualmente, conta com quatro grupos de afinidade: Mulheres, LGBTQIAP+, Raça e PCDs. Dessa maneira, amplia a discussão e a reflexão entre os colaboradores e fomenta a cultura da diversidade e da inclusão. Além disso, a instituição está criando o grupo 50+ com os colaboradores acima dos 50 anos de idade, que estão sendo reinseridos no mundo corporativo.

“Somos o primeiro banco brasileiro a apoiar a Agenda Positiva de Governança, iniciativa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), apoiada em princípios de integridade, transparência, diversidade e desenvolvimento sustentável. Além disso, tornamo-nos signatários do Fórum LGBTI+, assumindo 10 Compromissos da Empresa com os Direitos LGBTI+. Assim, reforçamos nosso intuito de promover igualdade de oportunidades e tratamento justo a todas as pessoas”, explica Ana Karina Bortoni Dias, CEO do BMG.

“Por fim, aproveitamos o trimestre para aderimos ao Movimento Mulher 360, pelo empoderamento econômico da mulher brasileira, reforçando nosso compromisso de equidade, principalmente em cargos de liderança”, complementa a executiva.

Ascensão

Para além dos avanços das métricas em favor da ascensão feminina, a pauta reflete também a importância da agenda ESG para as empresas e o amadurecimento das políticas de diversidade e inclusão, dentro das companhias globais.

No Brasil, onde as mulheres representam 51% da população, o fomento ao potencial feminino já é uma realidade na força de trabalho das marcas e inspira práticas que dão a elas oportunidades reais de se tornarem protagonistas de suas carreiras. Um exemplo bem-sucedido vem do Grupo Sabin. A empresa, fundada por duas mulheres e presidida pela executiva Lídia Abdalla, possui mais de 6.700 colaboradores e indicadores que são vitrines para o mercado nacional.

Um dos maiores players do setor, a companhia é reconhecida também pela cultura organizacional bem direcionada e diferenciada. Com 78% dos cargos ocupados por mulheres, sendo 74% dos cargos de liderança feminina, a empresa é referência pela gestão pautada nos valores da diversidade e inclusão para a promoção de um ambiente saudável.

“A valorização dos nossos colaboradores está no centro das nossas ações, direcionando programas e políticas que fomentam o ambiente harmônico e diverso, proporcionando a troca de experiências entre profissionais dos mais diferentes perfis e, principalmente, na força para o protagonismo da mulher em todos os seus papéis na sociedade”, destaca Lídia.

Engajamento

Signatário dos 7 Princípios de Empoderamento das Mulheres, da ONU Mulheres, desde 2016, e há três anos engajado ao Movimento Mulher 360, o Sabin adota práticas internas e externas para inspirar e influenciar a sociedade na construção de um contexto empresarial ético, que valoriza a diversidade e o empoderamento feminino. De dentro para fora, temas como diversidade, inclusão e sustentabilidade compõem programas que geram oportunidades iguais.

“É perceptível que nos últimos anos o mercado nacional caminhou rumo ao avanço dessa agenda social. As empresas vivenciaram os ganhos de investir em uma gestão mais igualitária e as vantagens de um ambiente plural, que aumenta o potencial de inovação da empresa. De fato, ainda há muito a avançar, mas temos forças reunidas contra a desigualdade e acredito que seguiremos evoluindo”.

Olhar antirracista

Integrante do Mover - Movimento pela Equidade Racial, a Americanas fechou parceria com o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) - organização sem fins lucrativos, pioneira no Brasil e 100% comprometida com a aceleração da promoção da igualdade racial. O objetivo é oferecer letramento racial a 100% dos mais de 40 mil colaboradores e colaboradoras em parceria com o ID_BR especialmente voltada para os desafios de uma grande companhia do varejo. O curso fará parte do onboarding de novos profissionais e também contemplará a alta liderança da companhia, incluindo o C-Level, a operação de lojas e centros de distribuição, e todas as áreas administrativas. A iniciativa está alinhada com o pilar social da estratégia ESG da Americanas e se soma a outras ações para a promoção da diversidade e da equidade racial.

Projeto e parceria que tem o envolvimento e liderança de duas mulheres, ao ingressar na formação de letramento, a Americanas adere à primeira etapa do Selo Sim à Igualdade Racial, chamada Compromisso. “O início do letramento dos nossos associados e associadas é um marco na nossa trajetória ESG e um passo importante em direção à companhia e à sociedade que queremos ver no futuro. Temos o comprometimento de contribuir com a formação de uma cultura antirracista em todas as esferas do negócio, do corporativo à operação, e combater as desigualdades estruturais e institucionais diretas e indiretas em nossa sociedade”, explica Milena de Andrade, diretora de Gente e Gestão da companhia.

“Quando uma empresa como a Americanas se levanta pela igualdade racial, estimula outas companhias. O papel do ID_BR tem sido apoiar as organizações com ações afirmativas e proativas em prol da diversidade e inclusão”, diz Luana Génot, fundadora e diretora executiva do ID_BR.

Luana Génot: 'Não é sobre o que você vende, é sobre o impacto que pode  causar' - Revista Marie Claire | Cultura
Luana Génot, fundadora e diretora executiva do ID_BR: Quando uma empresa como a Americanas se levanta pela igualdade racial, estimula outas companhias. (Foto: Divulgação)

Mais mulheres

Com o compromisso global de ter 50% de mulheres em todos os cargos de liderança até 2030, a multinacional alemã Bayer anunciou a chegada de duas executivas em novos cargos na primeira linha de liderança da empresa no Brasil. Este mês, Jana Marlen Ackermann assume como a nova CFO no país, e a executiva Paula Castro passa a ocupar a diretoria executiva de Sustentabilidade, Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Bayer na América Latina. Com essa nova estrutura, a empresa passa a ter 56% dos cargos da liderança do Grupo no Brasil ocupados por mulheres.

Jana nasceu na Alemanha e iniciou sua carreira na Bayer em 2004, no programa de trainees. “Acredito que combinar diferentes perspectivas e conectar os pontos entre diferentes pessoas, funções e abordagens é a chave para o sucesso. Essa diversidade de pensamento será uma bússola para mim, além de posicionar ações estratégicas para o negócio no país, terceiro maior mercado global da empresa”, afirma Jana.

Já Paula é executiva de Supply Chain com foco em áreas como Produção, Sustentabilidade, Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade com mais de 20 anos de experiência em multinacionais. A executiva faz parte da Bayer desde 2015, sendo responsável pelas operações de manufatura de Sementes no Brasil, na divisão de Crop Science, onde também liderou a operação de Manufatura de Químicos. É graduada em Engenharia Ambiental, com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e MBA em Agronegócios.

“Ao longo da minha carreira, busquei pessoas que me inspirassem a me tornar uma líder cada vez melhor e, também, ferramentas e consciência para assumir essa liderança feminina em essência. Na Bayer, investimos muito na preparação de nossos líderes e na oferta de conteúdos que nos permitam nos aprimorar e viver essa liderança. Um ambiente diversificado e criativo são as marcas da minha gestão”, comenta Paula.

 

C-Level em desque

Future Hub: "filtro seco" e impaciência atrapalham busca por  diversidadeBlog BHubAdriana Alves, é a vice-líder em diversidade no banco BNP Paribas (Foto: Divulgação)

A vice-presidente em diversidade do banco BNP Paribas, Adriana Alves também é do Comitê de Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil e co-fundadora do Grupo ELA (que apoia mulheres vítimas de violência doméstica e relacionamentos abusivos).

Com mais de 20 anos de carreira no mercado financeiro, ela esteve por sete anos no Simpson Thacher Bartlett LLP, e acumula passagens pela Cisco, Arkadin (NTT group) e Machado Meyer Advogados. A executiva é uma das co-fundadoras do Pacto de Promoção da Equidade Racial, e membra do Mentoria Colaborativa Nós Por Elas IVG.