"Ter times cada vez mais diversos, guiados por líderes cada vez mais inclusivos é uma prioridade", afirma Malu Nachreiner

Primeira multinacional do setor a ter uma mulher no comando no país, Bayer investe em hubs de inovação e em práticas agrícolas sustentáveis.

malu-scaledMalu Nachreiner considera que inclusão e diversidade são os pilares estratégicos. (Foto: Divulgação)

A Bayer anunciou em agosto mudanças em seu quadro de gestão da divisão agrícola no Brasil. Gerhard Bohne, que atuava há mais de 30 anos na companhia, deixou a direção da área, encerrando um ciclo de protagonismo no agronegócio nacional. Assim, a executiva Malu Nachreiner passou a ocupar presidência da Divisão Crop Science da empresa no país. Agrônoma com mais de 15 anos de atuação na Bayer, Malu estava à frente do marketing na divisão para a América Latina e já ocupou posições nas áreas de vendas e operações comerciais.

Malu Nachreiner considera que inclusão e diversidade são os pilares estratégicos fundamentais para desenvolver essas novas soluções criativas e superar desafios. “Ter times cada vez mais diversos, guiados por líderes cada vez mais inclusivos é uma prioridade da companhia para que todos alcancem seu potencial máximo de inovação e resultados”, finalizada.

Além de ser a primeira companhia no segmento a ter uma mulher no comando no Brasil, para permanecer na vanguarda da transformação digital com foco em uma agricultura sustentável na América Latina, a Bayer acelera inúmeras ações e passa a ser um modelo de empresa voltada plenamente ao futuro. A corporação global foi reconhecida como uma das líderes de inovação aberta no Brasil pelo Ranking 100 Open Corps, que elege as 100 empresas mais engajadas com o segmento. O anúncio oficial foi feito durante a edição especial da XII Open Innovation Week (Oiweek), maior encontro de inovação aberta do Brasil, que aconteceu em agosto de forma virtual.

Malu Nachreiner destaca que a Bayer, como líder do setor, sempre acreditou que o diálogo amplo é a melhor e única forma de solucionar os problemas que afetam diretamente agricultores, consumidores e meio ambiente. “É preciso trazer os mais variados pontos de vista a fim de buscar avanços concretos e duradouros. Respeitamos a diversidade de opiniões e entendemos que é urgente debatermos o futuro do agronegócio e a importância de buscarmos soluções cada vez mais sustentáveis para o nosso setor. Por isso, a Bayer está totalmente comprometida em conduzir as discussões sobre as boas práticas para a produção de alimentos e em continuar apoiando os agricultores com inovações que atendam aos seus desafios e ajudem a impulsionar a sustentabilidade no agronegócio”, diz.

Grandes detalhes

A presidente da divisão agrícola da Bayer explica que a estratégia da companhia se baseia em uma combinação de soluções em sementes e biotecnologias, produtos para proteção de cultivos, serviços e ferramentas digitais. “Somos capazes de trabalhar essas soluções para atender as necessidades específicas de cada produtor. O uso de automação, ferramentas digitais e dados está nos ajudando a identificar novas maneiras de gerar maior inovação em nosso pipeline de Pesquisa e Desenvolvimento e transformar a experiência dos nossos clientes. Estamos usando Decision Science para promover avanços com biotecnologia e produzir sementes que são adaptadas para regiões, climas e tipos de solo específicos. E, conectando digitalmente os agricultores com esses novos conjuntos de dados, podemos fornecer soluções personalizadas que melhor suportam as tomadas de decisão, do plantio à colheita”.

Usando ferramentas de software que integram dados de satélites, sensores de campo, sistemas de irrigação, drones e outras fontes de entrada, a Bayer também está fornecendo aos agricultores avaliações detalhadas em tempo real das condições de cultivo e saúde das culturas para apoiar uma colheita sustentável e abundante. Um exemplo é o Climate FieldView, que coleta e processa automaticamente dados de campo de forma simples e integrada, gerando mapas e relatórios em tempo real acessíveis por celular, tablet ou computador.

“A adoção da plataforma se acelerou devido ao valor que os agricultores mundialmente encontram na tecnologia. Hoje, mais de 37 milhões de hectares em todo o mundo estão conectados ao Climate FieldView, tornando-o o líder em conectividade de dados. Até o final deste ano, este número passará para pelo menos 50 milhões de hectares, mais de 20 mil plantadeiras e colheitadeiras conectadas ao serviço e 30 milhões de horas de dados enviados para a nuvem”, detalha Malu.

Mundo verde

Com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e o Acordo de Paris, a Bayer estabeleceu metas que pretende atingir até 2030. Com isso, agricultores preocupados com a sustentabilidade poderão ter a oportunidade de gerar novas soluções graças a uma iniciativa que foi lançada por ela no final de julho. A companhia começará a recompensar agricultores no Brasil e nos Estados Unidospela geração de créditos de carbono, incentivando práticas agrícolas sustentáveis, que contribuam com a redução da pegada de carbono e os gases de efeito estufa (GEE).

A Iniciativa Carbono Bayer, primeira no setor, é resultado de anos de trabalho para a validação de uma metodologia de mensuração de captura de carbono, com base em ciência, em área de produção. A redução de emissões de carbono é o mais recente compromisso de sustentabilidade da empresa, que visa reduzir em 30% as emissões no campo, até 2030. “O mercado de carbono tem muito potencial, mas ainda é intangível para a agricultura nacional. As metodologias de mensuração disponíveis até aqui são custosas e dificultam a expansão desse tipo de iniciativa. O Carbono Bayer visa justamente encontrar meios para viabilizar técnicas escaláveis de mensuração de carbono”, afirma Malu Nachreiner.

A Iniciativa envolverá aproximadamente 1200 agricultores no Brasil e nos Estados Unidos. Todos receberão assistência para a implementação de práticas agrícolas sustentáveis, com foco em produtividade com baixo impacto climático. Por aqui, a Bayer selecionou para participarem da primeira fase da iniciativa cerca de 500 agricultores rurais em 14 estados, que produzem principalmente soja e milho e que são usuários da plataforma. O projeto começou nesta safra 2020/2021 em cerca de 60 mil hectares no país. O investimento estimado para a iniciativa será de cerca de 5 milhões de euros, ao longo de três anos, somente no Brasil. “Os produtores participantes terão outros benefícios como acesso a conteúdos técnicos exclusivos, com prescrições e acompanhamento das safras pela equipe Bayer e parceiros”, revela.

Tendência

Na mesma linha da afirmação da pauta sustentável, a busca por alimentos saudáveis passou a ditar os rumos do setor. De acordo com a nova liderança do agronegócio brasileiro, a Bayer tem atuado diariamente para apoiar pequenos e grandes agricultores a cultivar, e a população em geral consumir, alimentos de qualidade produzidos com sustentabilidade. “Sem dúvida, o papel da agricultura no mundo é cada vez mais relevante: segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) será necessário alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050, quase 2 bilhões a mais do que temos hoje. Pequenos produtores são parte fundamental desse processo e são indispensáveis na busca por cadeias alimentares mais resilientes. Para isso, é preciso que estejam qualificados e tenham acesso a soluções sustentáveis”, pontua.

Malu diz que a companhia entende esse desafio e tem o compromisso de empoderar os agricultores familiares. Até 2030 temos a meta de capacitar mais de 100 milhões de pequenos agricultores em países em desenvolvimento, por meio de projetos educativos, produtos e parcerias. “Um exemplo é o BayG.A.P. (Good Agricultural Practice), um treinamento on-line e gratuito, realizado pela empresa, para aconselhamento e apoio aos produtores no processo de adequação das Boas Práticas Agrícolas na cadeia produtiva de hortifrúti. O objetivo é dar apoio na adequação sustentável da produção, de acordo com as principais exigências dos mercados nacional e internacional. A inciativa é uma contribuição importante para a promoção de boas práticas agrícolas, beneficiando os agricultores, parceiros e consumidores”, exemplifica.

A executiva constata que do ponto de vista dos negócios, a agricultura também enfrenta um desafio latente: produzir cada vez mais com o menor uso de recursos. “Para isso, nossa estratégia não muda: seguiremos investindo em três pilares principaisb - inovação, sustentabilidade e transformação digital – para juntos moldarmos a agricultura do futuro”.

Produtos e pessoas

O investimento em inovação e em P&D é uma das melhores saídas para fazer frente aos atuais desafios do agronegócio. No Brasil, a Bayer possui uma rede de estações experimentais em todas as regiões produtoras do país, centenas de locais de testes de pesquisas e uma vasta equipe técnica-científica nas mais diversas áreas do conhecimento.

“Para tangibilizar a importância da pesquisa para nós e para o setor, com investimentos na ordem de 2,3 bilhões de euros, o dobro do total investido pelos concorrentes diretos, realizamos no último ano mais de 55 avanços em pesquisa e colocamos à disposição de agricultores em todo o mundo mais de 450 híbridos de milho, variedades de soja, algodão, frutas e vegetais”, enfatiza.