Artigo: Ter mulheres em cargos de liderança pode deixar sua empresa mais próxima a iniciativas ESG de alto impacto

Apenas entre 2017 e 2021, o número de empresas (em especial as de pequeno e médio porte) que passaram a investir em iniciativas de alto impacto social cresceu mais de 120%, segundo o censo Pipe Social. 

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Mara Vilar, vice-presidente Social do Cartão de TODOS. (Foto: Divulgação)

O ano de 2023 parece não ter começado fácil para o mercado nacional. Demissões em massa em bigtechs, rombos bilionários em varejistas e a previsão de uma queda no PIB para os próximos meses preenchem os noticiários todos os dias demonstrando que, mesmo empresas com capitais bilionários, ainda pecam ao lidar com fatores aparentemente simples como o comprometimento com o desenvolvimento social e a transparência. 

Mesmo frente a este cenário que pode causar desânimo em muitos de nós, empresários e cidadãos brasileiros, cabe lembrar também que há um crescente movimento contrário a favor da valorização de pautas. Apenas entre 2017 e 2021, o número de empresas (em especial as de pequeno e médio porte) que passaram a investir em iniciativas de alto impacto social cresceu mais de 120%, segundo o censo Pipe Social. 

Este crescimento, em muito se deve pela chegada cada vez mais intensa de mulheres em cargos de gerência, fato comprovado por números do IBGE e da FGV. Apesar de as mulheres ocuparem apenas 37,4% dos cargos de gerência em empresas brasileiras - segundo o mais recente levantamento do IBGE sobre o tema - as companhias em que elas atuam na gerência representam mais de 80% do total de negócios nacionais comprometidos com iniciativas de impacto social no Brasil, conforme o levantamento da FGV.

Para citar um case do qual eu sou mais próxima, no Grupo Cartão de TODOS, atualmente 63% dos cargos de liderança da unidade central são ocupados por mulheres. Todos os dias, pensamos em iniciativas para facilitar o acesso à saúde, educação, lazer e itens essenciais para pessoas de baixa renda. Agora mesmo, vamos iniciar a Campanha do Agasalho para arrecadar vestimentas para os que vivem em situação de vulnerabilidade social. 

Com todos estes dados à vista, neste mês, em que a atenção está voltada às pautas femininas, vale para os empresários brasileiros avaliarem este momento, tido por muitos como ‘instável’ e por outros como ‘disruptivo’. A inserção das mulheres no mercado de trabalho com equidade, o apoio a iniciativas voltadas ao desenvolvimento social, a preocupação com o impacto ambiental das produções e a transparência como fundamento de gestão são pautas que foram, por muito tempo, tratadas como o mercado ideal do ‘amanhã’, mas que nunca foram tão demandadas quanto no presente.