ARTIGO: Qual é, de fato, o papel da mulher na sociedade e no ambiente corporativo?

Você tem ouvido, cada vez mais, sobre o protagonismo da mulher frente às organizações e como isso é um fator diferenciado nas empresas. Empoderamento, então, nem se fala.

WhatsApp Image 2021-04-06 at 11.56.57 Moriani G Baptista é vice-Presidente de Marketing e Novos Negócios LIDE SC. (Foto: Divulgação)

Fim de março e do Mês da Mulher. Ótimo momento para trazer uma última reflexão. Não falarei nada poético. É vida real! Qual é, de fato, o papel da mulher na sociedade e no ambiente corporativo? O quanto podemos somar a cada uma das estratégias de negócios e da vida?

Você tem ouvido, cada vez mais, sobre o protagonismo da mulher frente às organizações e como isso é um fator diferenciado nas empresas. Empoderamento, então, nem se fala. Ouve muito também sobre as características próprias que as mulheres têm e o quanto estas podem impactar positivamente na sociedade. Ou seja, a força da mulher, que gera vidas, por si só, já contextualiza o início desta conversa, mas que ainda intimida tanto o universo masculino. E por que ainda vivemos em um mundo cheio de resistências e embates nestes pontos?

Já há estudos recentes que provam que se tivéssemos igualdade de gênero no mundo, o PIB Mundial aumentaria em mais de R$ 13 trilhões. Estamos falando de mais da metade da população que é subaproveitada. Somos um mercado consumidor que, por não ter o mesmo poder econômico, giramos menos dinheiro na indústria e no comércio, mas, por outro lado, temos mais responsabilidades financeiras no lar e no trabalho. Ainda há as pós-graduações e mestrados nos currículos, que são colocados na linha inferior, ocupando por isso, cadeiras empresariais diferentes. Paradoxal isso, certo? É vida real!

E quando há desconfiança em relação à capacidade da mulher? Justamente o fato de ser multitarefa, polivalente e multifunção não é enxergado como qualidade e, sim, um problema. - Será que ela vai dar conta de mais este job? Será que vai ser boa gestora? Ah, se for, então, não será boa mãe ou esposa! Logo, vem a desvalorização em contrapartida de outro fator.

Muito se fala da intuição feminina, mas, pouco se abre espaço para isso, porque no fundo temos que ser apenas racionais e menos emocionais, como se isso fosse um problema. Costumo dizer, o problema é não falar de sentimentos e pensar que temos o controle de todas as situações como se tudo se resumisse à aritmética. Mas, acredite, sentimento e emoções também são comprovados cientificamente. É vida real! Uma pesquisa feita em 2019*, apontou que a capacidade de fazer julgamentos intuitivos no trabalho é importante para 96% dos executivos de alto escalão, ou seja, no momento da tomada de decisão, a combinação do racional e a voz interior resultam em escolhas mais assertivas. 

E a tal da vulnerabilidade que, para muitos, significa fraqueza? Porém, é comprovadamente sinônimo de poder, como constatamos no crescente aumento de visualizações do TED Talk feito sobre o tema pela pesquisadora americana Brené Brown. 

“A vulnerabilidade, neste contexto, significa a disposição de se expor, de se expressar de uma forma autêntica e franca, de fazer coisas sem garantia e de correr riscos. Quando as pessoas se desarmam e se arriscam a tirar a armadura que as protegiam, abriam-se também às experiências que traziam propósito e significado às suas vidas”, diz Ney Silva, na Revista Exame, em 2017.

Para o professor Fabiano Gomes, mestre em Gestão de Negócios pela Universidade de Poitiers, na França, "precisa-se de muita coragem para reconhecer-se limitado e vulnerável. Reconhecer-se é assumir a responsabilidade pelo próprio caminho e não culpar o mundo por seu sofrimento”, reforça.

Como fazer da vulnerabilidade algo positivo, então? Convertendo-a em oportunidade. Essa característica está muito ligada à coragem e esse adjetivo é certamente um grande aliado de quem precisa tomar decisões. É muito mais fácil buscar algo novo ou inédito quando nos identificamos vulneráveis. Pense no seu negócio e localize um ponto fraco sobre ele.

O mundo empresarial precisa de mais verdade e profundidade no tema. Precisamos enxergar essa conversa sem desconforto ou apenas en passant, e esse é o papel do LIDE Mulher em Santa Catarina. 

Temos o objetivo de sensibilizar líderes empresariais sobre os valores das características de gestão consideradas femininas, que atendem às novas tendências e necessidades do mercado. Nosso papel é acelerar o desenvolvimento de mulheres para altos cargos de liderança, com qualificações através de mentorias, workshops e atividades ativas de crescimento. Queremos, cada vez mais, sentar na mesma mesa, do lado dos demais membros, para juntos, fazer um futuro ainda mais igualitário e congruente.