Artigo: Empresas precisam estar atentas às urgências socioambientais para não ficarem presas ao passado e, assim, fadadas ao fracasso

A neutralidade de carbono e uma junção de outras medidas, que incluem redução no uso de energia, extinção do envio de resíduos para aterros sanitários, além do uso de embalagens sustentáveis e eletricidade 100% renovável, são temas básicos no mundo de hoje, o que prepara a empresa para o futuro.

Sergio Costa, presidente da Signify BrasilSergio Costa, presidente da Signify Brasil. (Foto: Divulgação)

As transformações globais causadas pelas mudanças climáticas nas últimas décadas têm gerado uma série de debates para que se pensem ações que beneficiem o planeta e ofereçam oportunidade de práticas cada vez mais sustentáveis. As alterações no clima já são uma realidade que podem ser observadas com o aumento da temperatura da Terra, além de diversos outros fenômenos naturais cada dia mais frequentes.

Este fato, mais que nunca, é um pedido de socorro e cresce em um momento em que empresas no mundo todo passam a entender ainda mais a importância que suas atividades, produtos e serviços têm impactos no planeta. Se por um lado há o empenho e interesse em liderar uma causa importante, por outro lado também há uma pressão da sociedade. É o que reforça pesquisa da consultoria Mckinsey na qual 85% dos brasileiros entrevistados relataram se sentir melhor comprando produtos sustentáveis.

A neutralidade de carbono e uma junção de outras medidas, que incluem redução no uso de energia, extinção do envio de resíduos para aterros sanitários, além do uso de embalagens sustentáveis e eletricidade 100% renovável, são temas básicos no mundo de hoje, o que prepara a empresa para o futuro. Outro tópico de extrema importância é a economia circular. O conceito de economia circular vai além do uso eficiente de recursos naturais, produção de menor impacto ambiental, gestão de resíduos, reciclagem entre outros. Trata-se de desenvolver novos modelos de negócio, envolvendo toda a cadeia numa visão holística como os ciclos da natureza que se renovam e se mantem por longos períodos. O mercado e a sociedade em geral demandam cada vez este tipo de iniciativa.

E é exatamente neste cenário que a relação entre sustentabilidade e novas tecnologias permite que as empresas se mantenham comprometidas com o meio ambiente e aumentem sua competitividade. Um bom exemplo de como isto pode funcionar perfeitamente são as luminárias feitas em impressão 3D, que chegam ao mercado brasileiro para serem mais uma opção para empresas com prática sustentável.

A proposta é simples e tem grande importância para um dos principais problemas da atualidade: a geração correta de resíduos. Ao permitir que clientes, arquitetos ou designers de iluminação possam personalizar projetos profissionais, esta solução oferece uma oportunidade única para a utilização de tecnologia de impressão 3D a partir de material reciclável e com zero desperdício de matéria prima. Futuramente, caso seja necessário, estas mesmas unidades já criadas podem ser reutilizadas como matéria prima para uma nova leva de luminárias, evitando o desperdício e diminuindo custos extras.

Para este exemplo, é possível destacar ainda que uma luminária 3D tem uma pegada de carbono até 47% menor do que uma luminária de metal de fabricação convencional. Este número considerável se deve graças a utilização de um material de policarbonato 100% reciclável. E as vantagens para os negócios não estão exclusivamente no âmbito da sustentabilidade, pois estas novas luminárias feitas por impressão 3D oferecem alto grau de customização, permitindo que pequenas e grandes empresas pensem em uma identidade única a fim de reforçar os diferenciais de sua marca.

Está aí um dos exemplos em práticas hoje que permitem às companhias mostrarem sua reinvenção e adotar medidas de redução do impacto ambiental como um pilar de atuação e não apenas um cheklist a ser preenchido. Por meio da inovação e criação de produtos que sejam sustentáveis é possível planejar os próximos anos com total atenção às necessidades do planeta.

É preciso entender que o relógio está correndo! Até 2050, teremos cerca de 10 bilhões de pessoas habitando o planeta, e cerca de 70% delas em área urbana. Hoje, nós consumimos 1.4x mais recursos naturais do que o planeta pode produzir. As empresas precisam olhar com cuidado para o que produzem e como o produzem, não só para atender a uma necessidade de mercado, mas pela manutenção da vida, da saúde e do planeta.

Inovações sustentáveis são medidas eficientes e necessárias que permitirão às companhias seguir na busca por operações cada dia mais amigáveis ao planeta. O debate intenso e a troca de informações com diversos setores da indústria permitem que empresas, sociedade e gestores públicos pensem em medidas eficientes para vivermos em um mundo cada vez melhor.

*Sergio Costa, engenheiro químico pela Universidade de São Paulo, com especialização em administração de marketing pela FGV. Experiência de mais de 30 anos em gestão de negócios, Vendas e Marketing em mercados B2C e B2B. Hoje ocupa a posição de Presidente da Signify no Brasil.