Artigo: Algumas tecnologias demoram a morrer

É o caso das tarjas magnéticas dos cartões bancários, introduzidas nos anos 1960 e que apesar de continuarem a fazer parte dos nossos cartões, não tem por aqui qualquer utilidade.

Vivaldo-José-Breternitz2-850x560 Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e professor da Mackenzie. (Foto: Divulgação)

Existem algumas tecnologias que, em termos práticos, deixaram de ser utilizadas no Brasil há bastante tempo, mas que, surpreendentemente, ainda são bastante comuns em economias mais desenvolvidas.

É o caso das tarjas magnéticas dos cartões bancários, introduzidas nos anos 1960 e que apesar de continuarem a fazer parte dos nossos cartões, não tem por aqui qualquer utilidade, embora continuem sendo bastante utilizadas nos Estados Unidos, por exemplo.

Agora as coisas parecem estar mudando por lá, embora a uma velocidade bastante baixa: a Mastercard, a segunda maior empresa de cartões no mercado americano, com cerca de 250 milhões de cartões emitidos, anuncia que vai começar a eliminar as tarjas de seus cartões em 2024, devendo concluir o processo em 2033. E por falar em velocidade, ela será a primeira das grandes empresas da área a fazer isso.

A legislação americana vai permitir que cartões sejam emitidos sem a tarja magnética a partir de 2027. As tarjas serão substituídas por tecnologias que já conhecemos, como pagamento por aproximação, chips e biometria, em especial impressões digitais.

Com um discurso que parece vir de um passado remoto, a Mastercard fez o anúncio dizendo que é preciso que os consumidores possam pagar de forma simples, rápida e segura, e o que é melhor para os clientes e para todos os envolvidos.

O mundo da tecnologia às vezes nos traz surpresas.

Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.