Gilson Finkelsztain, da B3: empresas devem evoluir com princípios ESG e perspectiva de crescimento para este ano é otimista
Presidente e CEO da B3 participou do Almoço-Debate LIDE com empresários. Executivo falou também sobre o retorno do investidor estrangeiro, as preocupações com a inflação e os desafios provocados pela pandemia.
Presidente e CEO da B3, Gilson Finkelsztain. (Foto: Fredy Uehara/LIDE)
O presidente e CEO da B3, Gilson Finkelsztain, afirmou que as perspectivas de mercado são positivas para o segundo semestre deste ano e voltou a defender os critérios ESG (desenvolvimento, sustentabilidade e governança) para o crescimento das empresas. O executivo participou do Almoço-Debate LIDE, nesta quinta-feira (1), sobre termômetro da economia.
"Estamos bastante otimistas para os resultados deste segundo semestre no mercado. Há perspectivas de crescimento, mas o cuidado fica com a inflação. Isso é sempre uma preocupação grande, pois não queremos ter de volta os juros em dois dígitos, que podem trazer consequências ruins ao país", afirmou.
Finkelsztain afirmou que é necessária a previsibilidade de estabilidade econômica. "Esperamos que cheguemos o quanto antes na reta final da pandemia, com o ritmo da vacinação avançada. Isso trará muito mais benefícios para aquecer o mercado. Neste período, temos aprendido com as mudanças e devemos seguir trabalhando no modelo híbrido em 2022", disse.
"Não posso prever quais serão as tecnologias mais usuais do futuro, mas fizemos investimentos em ferramentas como as de inteligência artificial. A pandemia nos mostrou o quanto recursos tecnológicos são fundamentais para reduzir a burocratização e trazer agilidade".
O presidente da B3 também avaliou positivamente o retorno do investidor estrangeiro nos últimos meses. "A razão se deve ao movimento de normalização de juros, mas os resultados do PIB ajudam ainda mais, porque o investidor estrangeiro está preocupado com isso. São pessoas que querem e estão com o olhar voltado para resultados práticos", explicou.
Presidente e CEO da B3 participou de Almoço-Debate LIDE. (Foto: Fredy Uehara/LIDE)
Responsabilidade
Gilson Finkelsztain também disse aos empresários que os critérios ESG devem ser tratados como prioridade nesta década. "Dificilmente uma empresa evoluirá se não manter esse conceito na pauta. O ESG sempre esteve na agenda da bolsa de valores, e o apego é à sigla "G" de Governança. Sempre tivemos olhar na transparência e resultados".
"Queremos que as empresas evoluam nesse processo do ESG, incentivando o uso de produtos verdes, no conceito Green bond, que defendemos. E, no tema de diversidade, temos trabalhado isso nos nossos conselhos, a partir da diversidade de gênero, etnia e gerações. Queremos entrar nos índices referenciais e sermos uma influência para outras empresas no mercado".
Chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan. (Foto: Fredy Uehara/LIDE)
Pesquisa LIDE-FGV
A 151ª edição da pesquisa LIDE-FGV de Clima Empresarial registrou índice 6, ante 5,3 do levantamento anterior, apurado em abril. O levantamento é realizado, em média, com 400 grandes empresários. Trata-se de uma nota de 0 a 10 resultante de três componentes com o mesmo peso: Governo, Negócios e Empregos.
Segundo o acadêmico da FGV, Fernando Meirelles, presidente do LIDE Conteúdo e responsável pela pesquisa, o "índice volta ao mesmo patamar do início de 2020, mostrando retomada de crescimento".
Roberto Gianetti da Fonseca, membro do Comitê de Gestão do LIDE. (Foto: Fredy Uehara/LIDE)
Almoço-Debate LIDE
O Almoço-Debate LIDE sobre termômetro da economia teve mediação de Roberto Gianetti da Fonseca, membro do Comitê de Gestão do LIDE, e comando do chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan. Para a segurança dos envolvidos, foram elaborados rígidos protocolos de saúde.
"A bolsa oferece acesso a oportunidade ao empreendedorismo. Promover abertura de capital de empresas faz parte de uma economia moderna. Uma das maiores virtudes de empresas de capital aberto é o quanto elas melhoram a governança e a transparência", avaliou Giannetti.
No local do evento, houve espaçamento entre os participantes, álcool em gel e o uso obrigatório de máscara. Todos os participantes, inclusive a equipe técnica e de apoio, foram submetidos a testes da Mendelics, que resultaram negativo ao novo coronavírus.