"Humanidade não gosta da realidade, seja ela qual for", provoca Murillo de Aragão

Cientista político fez uma análise do atual panorama do país e comparou as eleições de 2022 a um "paredão": "o menos odiado vai ganhar a eleição de 2022". Leia, assista ou ouça.

Murillo-3-scaledCientista político, advogado e jornalista Murillo de Aragão. (Foto: Divulgação)

Murillo de Aragão acredita que o maior desafio de um terceiro e potencial candidato à presidência é construir uma narrativa forte e convincente. Além disso, o postulante deve aproveite as oportunidades ocasionadas pela crise econômica e sanitária, e criar espaço para ouvir os que os eleitores desejam.

Fundador da Arko Advice Pesquisas, o cientista político, advogado e jornalista foi entrevistado por Sonia Racy, no Show Business. Segundo ele, o futuro político do Brasil ainda é incerto. Confira os principais trechos:

Começo com uma pergunta simples: qual será o destino do Brasil daqui para frente?

Ao contrário da opinião de muitos pessimistas, apesar de todas as dificuldades que o país atravessa na última década e nas áreas econômica, política e judicial, o Brasil tem evoluído e se mostrado muito resiliente diante dos dilemas. E, agora, durante a pandemia, essa determinação não é diferente. É verdade que enfrentamos um período difícil devido aos problemas gerados pela crise sanitária e pelas decisões erradas que foram tomadas no decorrer dessa pandemia. Mas vejo um razoável otimismo nos rumos do país, algo que será evidenciado nos próximos anos. 

Você acredita que a CPI da Pandemia trará algo positivo e esclarecedor?

Sendo sincero, penso que a CPI não trará nada de diferente. Faço uma analogia com o livro “Crônica de uma Morte Anunciada”, de Gabriel Garcia Marquez, ou seja, a história da CPI está escrita. As acusações foram expostas e as consequências são previsíveis. E, esse tipo de investigação, exigirá posteriormente um julgamento, partindo de uma ação política – fator determinante para as ações pós-comissão. É difícil de prever, principalmente a partir deste último exemplo. Por outro lado, nos últimos meses, o governo passou a se empenhar na oferta de opções de vacina. A escassez de imunizantes é o grande problema do país atualmente, porque com mais vacinas a pandemia perderá intensidade, as pessoas voltarão às suas rotinas. Aqui nos Estados Unidos, onde estou, no estado de Maryland, apesar da maioria da população ter sido vacinada, a situação ainda não voltou 100% à normalidade. A vida que tínhamos antes não vai voltar ao normal de uma hora para outra, isso é fato e precisaremos encarar a realidade.

A normalidade demorará a voltar não somente no Brasil, mas também no mundo...

No caso brasileiro, esse processo de retomada depende fundamentalmente da vacinação. Daqui a quatro meses a CPI deve acabar, veremos os relatórios conclusivos da comissão, com resultados dos depoimentos coletados. O que vai determinar o desfecho das recomendações é o ambiente político, que está alinhado ao governo, um fato que as pessoas precisam se atentar.

Sai o BBB e entra CPI da pandemia. Essa CPI tem como intuito de ajudar a esclarecer ou virou guerra partidária, entre prós e contras o governo?

CPIs são iguais à feijoada: você aproveita um pouco de cada ingrediente para fazer o prato. E nesse ‘caldo’, a comissão tem um objetivo político evidente, quando se é conduzida por senadores que são contrários à atual gestão. Embora seja difícil afirmar que as investigações ocorrem por viés político, por conta dos fatos esclarecedores que vieram à tona no decorrer dos depoimentos, com informações que muitos de nós desconheciam. Assim como no Big Brother, evidentemente os oposicionistas gostariam de ‘emparedar’ o governo, uns até desejam buscar o impeachment, situação improvável devido as barreiras impeditivas para que o processo vire realidade. O fenômeno do término da CPI ocorrerá igual o BBB, passará batido, já que as pessoas não se lembram do último programa.

Alguns dos participantes ainda são bem lembrados, já que ficaram evidentes na mídia...

Isso é um pouco efêmero, um ou outro ganhou destaque e tornou-se celebridade. Igual ao reality, a comissão perderá aquela intensidade que hoje ela tem.

Faltando cerca de um ano para as eleições, existe chance de termos uma forte terceira via, no cenário Lula vs. Bolsonaro, entre os potenciais candidatos à presidência?

A candidatura tem duas vertentes, uma que vem naturalmente ou aquela que se constrói a partir de determinadas circunstâncias. Hoje, as candidaturas naturais estão postas: Lula de um lado, Bolsonaro do outro. Numa segunda divisão temos o Ciro Gomes, que tenta se colocar como alternativa, dentre os outros vários nomes especulados, Luciano Huck, Danilo Gentilli, João Doria, Eduardo Leite, Tasso Jereissati, Luiz Henrique Mandetta e outros que disputariam a pré-qualificação para entrar nesse jogo com possibilidade de serem eleitos.

Entrarão no jogo erguendo uma bandeira terceira via unida, não?

Quase improvável uma terceira via unida. É um ‘sonho de uma noite de verão’ daqueles que não gostam nem do Bolsonaro, nem do Lula, e esperariam algo diferente e que se unisse para se transformar em um ‘salvador’. Não avalio que isso possa acontecer, até porque os nomes, hoje, não têm capacidade pré-eleitoral de juntar oposições. Uma reviravolta pode acontecer se no decorrer da campanha, o candidato e terceira opção, começar a decolar, saindo da faixa abaixo dos 10%, durante o período de campanha. Didaticamente, vamos imaginar este cenário: um ano antes da eleição, Bolsonaro e Lula aparecem nas pesquisas empatados, com 25% e, em seguida, um João Doria ou outro candidato de centro com margem de 15%, isso alimenta a possibilidade de o candidato de centro ganhar a eleição. Os eleitores da terceira via representam cerca de 35%, e são aqueles que decidirão o embate de um segundo turno. São pessoas que escolherão o outro candidato, independentemente dos dois prováveis, ou ainda, terá que decidir quem será o presidente, no embate entre o petista e o atual mandatário. Será um ‘paredão do ódio’, o menos odiado vai ganhar a eleição em 2023. Hoje, uma terceira via ainda está em construção e isso depende de circunstâncias, como problemas na economia, aumento de desemprego e uma possível quarta onda da pandemia e tudo continue muito ruim. São situações que podem alavancar mais um candidato. Outro fator é a rejeição a Lula e Bolsonaro, que tem alto índice e, consequentemente, a chance de haver uma terceira via aumenta.

Você já presenciou uma eleição tão polarizada com grupos políticos definidos?   

A eleição no Brasil sempre foi polarizada desde a era FHC, quando ele foi eleito e reeleito; depois vimos a eleição de Lula contra Serra (PSDB), quando venceu o petista; quatro anos após, o candidato do PT se reelegeu; em seguida Dilma  foi eleita e reeleita contra dois tucanos e, no último pleito, Bolsonaro e Haddad (PT). Então, o que mudaram foram a intensidade das agressões discursivas e das narrativas, que tiveram disseminação nas redes sociais. Na primeira eleição da Dilma, as redes não tinham papel importante na formação do eleitorado brasileiro, porém essa influência mudou a partir da campanha à reeleição dela, porque por ser um ambiente onde as pessoas opinam o que querem, não há uma espécie de filtro, quem grita mais alto consegue ganhar espaço. A dinâmica imposta pelas redes sociais acirrou uma polaridade que já existia.  

Nessas últimas eleições, o que tivemos a mais foram canais extras para que tal polarização partidária ocorresse?

Exatamente. E lembrando que em todos os casos que citei, quem decidiu as eleições não foram os eleitores fiéis da direita ou esquerda, pois no Brasil, as duas vertentes não têm votos para eleger um presidente da República. Por isso que Lula trouxe figuras de centro como o então vice-presidente José de Alencar, colocou Palocci como como coordenador (ministro da Casa Civil), nomeou Henrique Meirelles para o Banco Central e manteve a diretoria do Armínio Fraga lá. O ex-presidente fez articulações para que ganhasse e deu certo. Esse é o ponto: por mais que tenhamos uma polarização quem definirá as eleições será o eleitor de centro. 

Percebe que há vontade do Centrão se unir e apresentar um nome de consenso?

Não vejo esse movimento. O sistema partidário brasileiro é muito peculiar e o poder dos partidos dependem sobretudo do resultado das eleições legislativas. Esse poder é a prioridade dos partidos para se manterem fortes no jogo político, para que diante de um novo presidente eleito, essas siglas mantenham poder sobre a tomada de decisões e cumprimento de suas agendas, além da liberdade de criarem coalizões. Ter um candidato de centro ou não ter, acaba ficando em segundo plano. São siglas que jogam diferente, porque o intuito delas é fortalecerem suas bases, ocuparem espaços e se transformarem em fortes instituições, uma nata estratégia do jogo político brasileiro. O PSDB vai discutir as regras das prévias que começa em agosto e termina 21 de novembro, data em que os tucanos precisarão lançar seu candidato em definitivo. O partido Democratas faz pesquisas para saber se o Mandetta tem condições de sair como candidato, o PSD fica olhando o cenário para pensar em um eventual candidato à presidência. Cada sigla seguirá um caminho diferente. Mas, hoje, os partidos observam muito as políticas nos estados, visando atuarem como presença forte dentro do Congresso Nacional.

Sobre as reformas que estão sendo feitas, esse processo é bom ou ruim? Além disso, há chances de a reforma administrativa ou tributária virarem realidade?

Desde 2016, o Brasil iniciou um ciclo de reformas importantes com o então presidente Michel Temer, quando ele aprovou questões como a reforma trabalhista, que deu resultados: leis da terceirização, do teto de gastos, das estatais, o marco do pré-sal e por aí vai, tudo isso em um ano e meio. Depois, aparece o atual governo, que continuou esse ciclo com reforma previdenciária aprovada e leis importantes: autonomia do Banco Central, marco do gás, entre outras. O fato é que poucos países fizeram agenda de reformas tão intensas, se compararmos com o nosso. E, mais além, essas ações foram tomadas em meio a uma polarização política, com destaque às disputas de narrativas agressivas, diante das ‘mágoas’ que partidários da esquerda sentiram após o impeachment da Dilma e também após esse movimento de transição política de ideais. Vejo a reforma administrativa do que as melhores possibilidades de avançar, porque ela tem uma proposta que delimita a perda dos funcionários públicos – e está destinada aos que serão contratados. Evidentemente, os sindicatos e associações da categoria de servidores não gostam dessa ideia, porque essas unidades vão perder protagonistas no futuro, além da perda de benefícios que são passados para esses grupos.

A reforma administrativa ela atende as necessidades da nação, na economia das contas públicas?       

Infelizmente, não. Temos duas grandes ‘pragas fiscais’. A primeira é ‘amarrar’ os gastos orçamentários às destinações pré-fixadas. Isso é ruim, pois retira a capacidade de o país tomar decisões de acordo com determinadas circunstâncias. Por exemplo, tivemos que excepcionar o teto para tratar da pandemia. Se o orçamento não fosse tão engessado, no ano de um problema como esse, nós priorizaríamos investimentos na saúde em vez de outras áreas. Além desse engessamento, temos problemas com gastos com folhas que aumentam independentemente de reajuste salarial, que são benefícios, acúmulos de cargos de chefia, então, praticamente esse é um sistema danoso às contas públicas brasileiras.

Esses seus apontamentos são frutos da Constituição de 1988?

É fruto da história do Brasil. Se voltamos à fundação de Brasília, durante a década de 50, as pessoas não queriam ir morar lá naquela época. Com isso, foram criados incentivos, que passou a ser a oferta de benefícios aos cargos públicos. Nisso, alguns políticos tiveram certas gratificações, direito à moradia entre os auxílios, o que gerou uma cultura de ‘mordomia’ na administração pública, já enraizada. Será algo difícil de ser tirado de uma hora para outro. Porém, o futuro será melhor com uma reforma administrativa. Os servidores terão mais ‘accountability’, onde os funcionários deverão mostrar mais desempenho.

Desde que eu entrei no jornalismo, minha primeira pauta foi a reforma tributária.

A reforma tributária é mais complicada de acontecer. Há vários problemas envolvendo essa proposta, inclusive, muitos deles não são explicados ou cobertos na imprensa. O governo brasileiro não quer perder arrecadação, muito menos após a gestão ter aumentado sua capacidade, graças a impostos não compartilhados com os estados. Agora, estado e município olham para o cofre federal e dizem: ‘quero um pedaço desse valor arrecadado’, e o governo federal não vai querer repassar. Esse é um ponto. O segundo é quando você muda o ICMS para o IVA - têm estados que perdem e aqueles que ganham. Os que perdem querem compensação por baixas, enquanto os que ganham, não querem abrir mão do que receberam. Então, quem vai decidir isso no final das contas? O federativo? Deveria ser, mas administração não quer. Quando diziam que tinha que fazer um fundo de R$ 400 bi para compensar perdas de gastos, o ministro Paulo Guedes respondeu não ao que foi proposto. Fica no ar uma pergunta sem resposta: quem vai pagar a conta? O terceiro ponto é que essa mesma proposta abale as estruturas da economia, pois há uma expectativa de que o imposto sobre serviços acabe aumentando muito. E olha que o Brasil tem 70% do PIB vindo desse setor, porque o imposto nessa área funciona diferente em relação a outras. O Brasil penaliza suas indústrias e seus comércios e justamente aquele setor que faz a diferença e é dinâmico será impactado negativamente. Por essas razões, não vejo condições para um debate maduro e consistente para que ocorra mudanças no sistema tributário e mesmo assim, diante de uma batalha de interesses, não será fácil.

Será necessário o Brasil quebrar para que uma reforma tributária seja feita? É possível resolver o impasse nesse setor?

O Brasil não vai quebrar, o país arrecadou nos últimos meses, cerca de R$ 600 bi. Só em abril foram R$ 150 bilhões, é um país que arrecada muito. Mas gasta mal, evidentemente. Temos R$ 350 bi de dólares em reservas. O país promove superávits na balança comercial, contando com a forte alta de comodities que vivemos agora, além disso, ainda somos uma das principais rotas de investimento estrangeiro. Por essas questões não quebraremos, diferentemente da situação instável da Argentina, que a cada 10 anos quebra. O fato de o Brasil se manter firme e nessas condições, gera impedimento ao avanço de reformas. Já que a situação não é tão grave e existe um certo comodismo. No aspecto comportamental, o brasileiro acredita no país. As razões disso refletem primeiramente porque 90% da dívida interna é financiada pela população, crendo que o governo terá condição de pagar essa pendência. Também não há problemas com ofertas de financiamento, nem há dependência da moeda americana. São fatores que reforçam tal confiança, mesmo para quem paga bastante imposto, como nossa Nação. E  quando a população desconfia de suas instituições, ela deixa de pagar impostos. Observamos essa confiança nos movimentos das bolsas de valores, com mais de três milhões de brasileiros investindo em ações, o intenso surgimento de novas fintecs, teve ainda a concessão da Cedae, investimento considerado de risco em longo prazo e que investidores estrangeiros arriscaram mesmo assim. São sucessivas demonstrações de que confiam em nossa economia.

Empresários e banqueiros confirmaram que houve melhora nos indicadores econômicos, mas muitos não querem ter seus nomes vinculados para não serem acusados de bolsonaristas. 

Quem é bolsonarista faz questão de divulgar boas notícias ligadas ao governo, por isso que empresários podem ter receio de se envolverem como uma fonte de informação. Para muitos na sociedade, o bolsonarismo é politicamente incorreto e há um forte movimento contra isso. Tanto, que as pessoas são canceladas pelas suas opiniões consideradas contrárias dos preceitos corretos. É uma situação em que você tem opiniões que são patrulhadas e polarizadas entre certo e errado. Quando vemos um entrevistado dizendo que o empreendimento dele vai bem, que a economia está crescendo muito, declarando espera de melhor com aumento do PIB, imediatamente esse indivíduo será associado ao bolsonarismo.  Os discursos estão muito marcados, se fala bem, existe risco de você ser considerado um apoiador. Se falar mal, será acusado de ser oposicionista.

Há pouco espaço para a realidade em meio à polarização?

A humanidade não gosta da realidade, seja ela qual for.

Joe Biden venceu as eleições, mesmo não sendo uma figura carismática e expressiva. Porém, ele surpreendeu e tranquilizou o mundo com sua política de incentivo ao combate à pandemia. No Brasil, temos espaço para um novo ‘Biden’?

Se o eleitorado se expressa com preferência a um determinado candidato, o partido vai atrás dele, uma ação natural quando as siglas querem poder. E com as mudanças na regra eleitoral, ter um bom nome à presidência da República pode ser algo interessante para que essas legendas ganhem destaque. E o espaço para um candidato de centro é maior, no comparativo dos que preferem Lula ou Bolsonaro. Porém, a desunião e ausência de uma narrativa forte são desvantagens. O centro também é descrente do volume de notícias horrorosas sobre o atual governo. A circunstância é que faz aparecer um novo candidato, Bolsonaro aproveitou o momento em que o país estava descontente com a política e quis se lançar como uma figura da ‘nova política’. Ele manteve essa narrativa até o final da campanha e teve apoio a esse discurso. O centro tem que seguir esse exemplo, identificar os nichos, ir atrás desse eleitorado, saber o que ele deseja e criar uma nova articulação política. Junto a isso, voltando a 2017, Bolsonaro também já estava fazendo a própria articulação política com diversas frentes, como a bancada ruralista. Só que, naquela época, ninguém levava sério a candidatura dele. Falta uma narrativa além de ser o ‘estar contra tudo isso que está aí’.

Não senti você muito animado com o surgimento de uma terceira via

Toda eleição depende do acaso, que aparece para confirmar tendências ou destruí-las. Dependemos disso, no final das contas.

Há chances de a Eletrobrás ser privatizada sem protestos ou paralisações?

Pela proximidade do ano eleitoral é possível que ocorram alguns manifestos contrários à medida. Mas isso não é um impeditivo, pois durante o governo FHC, a Telebrás foi privatizada, em meados de agosto de 1998. Houve quem se manifestasse contra, só que a abertura de mercado aconteceu mesmo assim. Hoje, temos um cenário diferente, com mudanças na cultura de aceitação às privatizações e a resistência da venda da Eletrobrás é menor. O que dificulta esse processo não é a resistência corporativista, que também atrapalha porque os funcionários não querem perder seus benefícios. O problema será lidar com os interesses regionais, como as gerências das termelétricas, juntando nesse meio as administrações de Furnas, Itaipu,  Cemig... Quando se há muitas gerências envolvidas, isso automaticamente deixa a situação mais complexa e pode dificultar a privatização. Por outro lado, o modelo de capitalização da Eletrobrás favorece a abertura de capital.

É uma proposta que tem que ser votada no Senado até o próximo dia 22, inclusive...

Não quer dizer que ela será privatizada depois de amanhã. Pode ser que esse processo perdure por mais alguns meses. Será uma longa discussão até então.