Dupla brasileira Osgemeos tem exposição em Washington até 2025

O Museu Hirshhorn, em Washington, expõe obras da dupla Osgemeos, formada pelos brasileiros Otávio e Gustavo Pandolfo.

Embora tenha artistas respeitados como Barry McGee e Banksy, o grafite e a arte de rua ainda sofrem resistência de curadores de museus, mais propensos a abraçar a arte de estúdio. O Museu e Jardim de Esculturas Hirshhorn em Washington, nos Estados Unidos, porém, quer reverter essa hesitação em torno do gênero com a primeira exposição d´Osgêmeos, os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, que ganharam fama fazendo grafites nas décadas de 1980 e 1990 em São Paulo.

“A habilidade deles com tinta spray é incrível”, diz Marina Isgro, curadora de mídia. Em cartaz até julho de 2025, a mostra traz a arte colorida e onírica da dupla que inventou o Tritrez, um reino mágico habitado por distintas figuras planas com rostos largos, muitas vezes amare los, membros finos como galhos e roupas em padrões contrastantes.

“É difícil explicar, porque fazemos isso desde antes de nascer- mos”, afirmam os irmãos. “Somos livres para imaginar a vida como achamos que deveria ser e, para nós, ela é sempre positiva, alegre, diver- tida, colorida, transfomadora pa- ra o bem e abrindo novas portas”. 

ESCULTURAS QUE SE MOVEM

Intitulada “Osgemeos: Endless Stories”, a mostra tem 1.000 objetos ocupando o terceiro andar do museu, com pinturas, esculturas, instalações e materiais de arquivo, como os pri- meiros traços e mais de 30 desenhos que sequenciam a evolução do universo Tritrez. Entre os destaques estão “Untitled (Zoetrope)”, um carrossel prinemático com luz estroboscópica que faz as esculturas feitas à mão parecerem se mover, e “1980”, pintura de três jovens gra- fiteiros em um metrô de Nova York.

“Há muitos detalhes nas etiquetas individuais do carro e nos figurinos dos personagens”, conta Isgro, obser- vando que Osgemeos costumam usar lantejoulas, pompons e outros materiais em sua arte de estúdio. Uma colagem de parede com caixas de alto-falantes pintadas para parecerem rostos também evidencia o talento dos irmãos para a música, tocando as batidas da dupla como DJs.

“Eles têm um grande número de seguidores nas redes sociais e não é o público das belas-artes ou das artes eruditas”, afirma Isgro. Os irmãos acrescentam: “Esperamos que esta exposição abra portas à imaginação de todos e que seja um portal para a dimensão lúdica que existe dentro de cada um de nós.”