Restaurante Maxim’s relembra a época em que o universo das celebridades era a noite parisiense
Recém-reaberto, o restaurante Maxim’s conquista fashionistas na última semana de moda e auge da noite de Paris.
Recém-reaberto, o restaurante Maxim’s conquista fashionistas na última semana de moda e auge da noite de Paris.
Nos últimos anos, o Maxim’s ficou mais conhecido como marca gourmet, com o nome estampado em bombons e foie gras em lojas de souvenirs e aeroportos. Mas, por décadas, esteve entre os restaurantes mais famosos de Paris. Era um monumento histórico em estilo Art Nouveau, palco de festas lendárias para gente como Marcel Proust e Greta Garbo até Bing Crosby e Barbra Streisand.
Não é de surpreender que sua recente reabertura, sob a direção do grupo francês de hospitalidade Paris Society, tenha sido aguardada, especialmente com o fundador Laurent de Gourcuff prometendo “reviver o mito do Maxim’s, perpetuar a lenda e restaurar seu prestígio”. “É um dos restaurantes mais míticos e simbólicos de Paris”, diz Nicolas d’Estienne d’Orves, escritor francês especializado em cultura parisiense.
Inaugurado em 1893 por um ex-garçom, Maxime Gaillard, a poucos passos da Place de la Concorde, no número 3 da rue Royale, o restaurante se tornou um epicentro da sociedade e um lugar para ver e ser visto desde a Belle Epoque até os anos 70, quando conquistou três estrelas Michelin e era o local onde Brigitte Bardot, Elizabeth Taylor, Mick Jagger iam em busca de uma autêntica soirée parisiense. Mas o foco da vida noturna mudou e o restaurante se desatualizou. Perdeu sua classificação Michelin e acabou se transformando em marca de souvenirs. Mas, no imaginário local, o Maxim’s jamais ficou obsoleto.
Crooners e o coquetel Streisand
A abordagem da Paris Society foi a de renovar a glória passada do restaurante em detalhes. Os clientes são transportados à época de Sara Bernhardt e Cézanne com banquetas de veludo vermelho, vitrais, afrescos e ornamentos de bronze e cobre com motivos alegóricos florais e femininos. O cardápio revisita clássicos da culinária francesa, como pernas de rã com salsa, frango assado para dois e suflê de queijo; os crepes Suzette e a mousse de chocolate são cortesia do famoso chef confeiteiro Yann Couvreur.
“Eles o reinventaram mas a decoração e o espírito são exatamente os mesmos”, diz d’Estienne d’Orves. O Maxim’s evoca uma cena com crooners em trajes vintage cantando “La Vie en Rose” e bartenders preparando coquetéis com nomes como o Streisand, potente mistura de gim, licores de cereja e botânicos, cascas de limão açucaradas e cordial de pomelo. Considerando sua opulência e localização, perto de hotéis palacianos e da Champs-Élysées, d’Estienne d’Orves sugere que a reabertura não tem a ver com a busca de estrelas Michelin, mas com a oferta de um novo playground para pessoas bonitas. Já virou ponto de encontro na última Paris Fashion Week.