O Novo MASP é a vanguarda do mundo
"É um significativo investimento na cultura do país, assegurando às futuras gerações e ao público atual uma infraestrutura museológica de vanguarda"
Heitor Martins, diretor-presidente do MASP.
Um conjunto arquitetônico cultural mais inte- grado à cidade, projetando São Paulo entre as grandes metrópoles do mundo. O Novo MASP é uma conquista da sociedade civil e do novo modelo de gestão implementado por Heitor Martins, diretor-presidente do museu. A seguir, a entrevista concedida por Martins por ocasião do Robb Report Design Awards, sobre os desafios da expansão que busca manter a re- levância do museu e “acolher as futuras gerações”.
Qual o impacto do Novo MASP para a cidade?
Heitor Martins: O projeto do Novo MASP almeja posi- cionar São Paulo entre as grandes metrópoles culturais do mundo. O museu se transformará em um conjunto arquitetônico cultural ainda mais integrado à cidade, renovado para atender às exigências culturais do sécu- lo XXI. Este é um significativo investimento na cultura do país, assegurando às futuras gerações e ao público atual uma infraestrutura museológica de vanguarda.
Quais foram os principais desafios para a restauração e expansão?
Martins: Estamos promovendo o crescimento do MASP, ao mesmo tempo em que proporciona- mos condições arquitetônicas para garantir a preservação e a longevidade de seu patrimônio histórico. Trata-se de um desafio significativo, mas que está em consonância com a ambição institucional de transformar o museu para manter a sua relevância e acolher as futuras gerações.
O MASP já teve de recusar exposições antes por falta de espaço? Ou de condições técnicas?
Martins: Para manter o museu alinhado com seu tempo, é crucial investir em exposições temporárias de grande destaque, as quais dependem de empréstimos de instituições culturais internacio- nais que requerem condições técnicas de altíssimo padrão. A nova infraestrutura nos permitirá atender a essas demandas de maneira mais efi- ciente, proporcionando ao público brasileiro um acesso amplo e diverso a obras de arte.
É possível afirmar que grande parte do acervo do MASP ainda é desconhecido do público pela limitação anterior do espaço de exposição?
Martins: O acervo do MASP já faz parte do imaginário artístico de diversas gerações e continua a ser enriquecido anualmente. Assim como a construção da icônica sede na Avenida Paulista foi planejada para estar à altura da coleção do museu, o projeto de expansão visa garantir a preservação das mais de 11 mil obras que compõem o acervo atualmente, além de aperfeiçoar as condições físicas para sua exposição ao público. O projeto também oferece uma estrutura aprimorada para os programas educativos de me- diação e para a restauração de obras da instituição.
O projeto foi viabilizado por doadores particulares. O caso do MASP pode inspirar outros filantropos pelo país?
Martins: O engajamento da sociedade civil é essencial para a manutenção e sustentabilidade das instituiões culturais, tanto no Brasil quanto no mundo. O MASP exemplifica a importância da responsabilidade cultural compartilhada com a sociedade desde a sua fundação. Certamente, esta nova fase do museu reforça a potência desse comprometimento. O financiamento e o engajamento das famílias brasileiras neste projeto deixam um legado inestimável para a cidade de São Paulo.