Fábio Tadeu Araújo, da Brain, avalia o cenário econômico brasileiro para o ano eleitoral no Brasil
O sócio-diretor da companhia endossa a importância de o governo priorizar os gastos, deixando as reformas em segundo plano. O especialista adianta que o período do pleito presidencial demandará mais desafios e terá instabilidade.
Fabio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica. (Foto: Divulgação)
Os dois últimos anos, desde o início de pandemia, foram de muitos reveses na economia mundial com reflexos e consequências nas economias nacionais. O Brasil não escapou das incertezas e turbulências. No contexto doméstico, questões estruturais da economia interna também tornaram o momento difícil para o setor produtivo nacional. Mas, passado este período mais crítico, que trouxe muito aprendizado e com o avanço do processo de imunização aqui no Brasil, é possível ser otimista e apostar num cenário mais favorável para alguns setores da economia.
O ano que vem é eleitoral e o processo do pleito será um termômetro do que acontecerá na economia ao longo de 2022. Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, empresa de pesquisa e consultoria em negócios, com atuação nacional destacada em mercado imobiliário, pesquisa de bens e serviços e estratégia empresarial, projeta um 2022 com relativo otimismo, mas faz ressalvas importantes em relação a quais setores poderão ter melhor desempenho, além de pontuar desafios conjunturais na economia brasileira.
“O que o brasileiro viveu nesses últimos dois anos vai impactar positivamente o setor de serviços. Após dois anos de restrições em relação as viagens de lazer, as refeições fora do lar e a frequência ao shopping center e seus serviços derivados, como cinema, a tendência é de vermos um crescimento forte nesses segmentos. A ressalva é que ainda não é possível cravar se a trajetória de queda da inflação já começará a ser sentida como um alívio ainda no primeiro trimestre do ano ou demorará um pouco mais. Há, ainda, a incerteza quanto ao aumento dos juros, se a Selic irá parar de subir nos 11% ou um pouco mais”, prevê o analista.
O especialista esclarece que 2022 será desafiador, principalmente pela instabilidade provocada pelo período eleitoral. “Acredito que economia como um todo vai andar de lado na melhor das hipóteses. As grandes casas bancárias projetam estabilidade ou leve queda do PIB em decorrência do aumento na taxa de juros”, indica.
Araújo aponta que a inflação não é um problema exclusivamente brasileiro, mas sim mundial, inclusive que tem afetado os EUA e a Europa. “Existe outro problema mundial que são as cadeias logísticas que não estão funcionando corretamente, como o setor automobilístico que não encontra peças como os microchips, por exemplo. Aqui, tudo isso se agrava pela questão cambial”, detalha.
De acordo com o sócio-diretor da Brain, para sairmos dessa situação de estagnação, tanto governo como mercado precisam entender que não serão apenas as reformas que poderão fazer o país crescer efetivamente. “A inflação afeta todos e para criarmos mais empregos devemos buscar a pujança econômica. No curto prazo é correto o governo gastar mais, mas será com um planejamento mais pragmático que alcançaremos o crescimento almejado e necessário”, finaliza.
Fonte: Brain | Conteúdo de Marca