Caterpillar, Gazin e Eurofarma estão entre as melhores indústrias para trabalhar no Brasil

Pela segunda vez consecutiva, a consultoria Great Place to Work (GPTW) divulga o seu Ranking Melhores Empresas para Trabalhar – Indústria. A lista das empresas que conquistaram o selo na versão 2021 do levantamento contou com 375 empresas inscritas, representando 413.204 funcionários. Para esta edição, 100 empresas foram premiadas, sendo 50 de grande porte e 50 de porte médio. A missão do GPTW, que está presente em 17países, é apoiar organizações a obter melhores resultados por meio da uma cultura de alto desempenho. A consultoria analisa mais de 10 mil empresas anualmente, o que corresponde a pelo menos 10 milhões de funcionários.

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Dentre os muitos dados que o estudo sobre Melhores Empresas para Trabalhar – Indústria traz, vale destacar o crescimento do ranking 2021, passando de 244 empresas inscritas (representando cerca de 344 mil funcionários) na versão de 2020 para as atuais 375. Esse crescimento teve impacto direto no número de empresas premiadas. Nesta 2ª edição, as 100 Melhores Empresas são premiadas, 20 a mais que a 1ª edição da pesquisa.

Isabela Lopes, diretora executiva GPTW Brasil. (Foto: Divulgação)

Para Isabela Lopes, diretora executiva GPTW Brasil, saber que as organizações do setor estão intensificando sua preocupação com a sustentabilidade do negócio é extremamente importante.

“O crescimento do número de empresas participantes nos mostra maior preocupação entre executivos e empresários de garantir o caixa das empresas, o destino das pessoas e o futuro do planeta – um tripé que o Great Place to Work reforça há tempos entre todos os seus stakeholders: ser uma boa empresa para trabalhar faz bem para os negócios, para as pessoas e para a sociedade”, enfatiza.

Lista das Empresas Premiadas: Grandes

Análise

Um dos setores que mais sofreram com a crise provocada pela pandemia de Covid-19, a indústria mostrou resiliência e capacidade de inovação, zelo por seus colaboradores e ainda estratégia para se manter como segmento vital da economia. De acordo com o Informe Conjuntural do terceiro trimestre, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria para 2021 deverá alcançar crescimento de 6,1%. Com altos e baixos em um cenário pandêmico, a produção industrial ficou estável na passagem de setembro para outubro. O emprego na área continuou crescendo, no entanto, em ritmo bem mais moderado que nos meses anteriores. A indústria também marcou posição em meio aos debates sobre desmatamento ilegal e descarbonização das operações, tema que tem ocupado lugar de destaque entre as principais lideranças empresariais.

A Conferência das Partes sobre o Clima, da ONU (COP26), ocorrida em Glasgow (Escócia), na primeira quinzena de novembro, demonstrou que a construção de uma sociedade mais sustentável passa, necessariamente, pela mobilização do setor produtivo. Para a CNI, a agenda dos líderes globais contra o desmatamento ilegal e em defesa de uma economia de baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE) reforça a importância dos investimentos em inovação e está alinhada ao posicionamento das empresas brasileiras. Pesquisa divulgada recentemente pela entidade revela que 98% das médias e grandes indústrias do país adotam alguma ação de sustentabilidade nos seus processos produtivos.

Haline Aquino, diretora executiva do GPTW Brasil. (Foto: Divulgação)

Haline Aquino, diretora executiva do GPTW Brasil, explica que desde 2019, a consultoria tem uma regional responsável pelo fortalecimento de uma visão moderna da indústria. Por isso, o lançamento Ranking Melhores Empresas para Trabalhar – Indústria 2021 está diretamente ligado à conscientização do setor para evolução do segmento de forma sustentável.

“Ser reconhecida como uma excelente empresa para trabalhar significa muito para os líderes, algumas vezes donos destas empresas, para seus colaboradores e para o mercado. Acreditamos fortemente no impacto que um bom ambiente de trabalho provoca na vida das pessoas e em toda sociedade. Temos um profundo sentimento de orgulho e realização em mobilizar organizações do setor em prol de um bem comum: ouvir seu time e, a partir desta escuta ativa, transformar suas políticas e práticas buscando o melhor caminho para todos”, reforça.

Para a executiva, esta trajetória proporciona oportunidades de transformação, de desenvolvimento, de reconhecimento, conquistas e, claro, de crescimento destas organizações. 

Lista das Empresas Premiadas: Médias

Como foi feito

Devido ao tamanho e importância do setor no Brasil, esse é um dos maiores rankings em número de empresas premiadas, já que o total de participantes também é superior. Além disso, apesar de todas as premiadas terem em comum algum tipo de processo produtivo, ao mesmo tempo, elas possuem muitas diferenças em seus produtos, formatos de trabalho, práticas e benefícios, o que enriquece muito o conteúdo pela pluralidade cultural existente.

A pesquisa do Ranking Melhores Empresas para Trabalhar – Indústria deste ano foi composta por duas etapas, as quais impactaram a nota final. A primeira é a pesquisa quantitativa – Diagnóstico Organizacional com funcionários, sendo necessário que a empresa atinja a amostra mínima de funcionários na pesquisa e o resultado é considerado no processo de avaliação.

“Neste diagnóstico, utilizamos a métrica Pesquisa de Clima Organizacional Trust Index para avaliação da percepção dos colaboradores em relação à experiência que vivenciam nas organizações. No diagnóstico avaliamos a relação de confiança entre líderes e liderados, a relação de confiança com a organização, por meio do orgulho e propósito do trabalho realizado individualmente, coletivamente e da empresa perante à sociedade, e a relação de confiança entre os colegas, o quanto as pessoas gostam das pessoas com quem trabalham, se existe espírito de time e um ambiente de colaboração. Além da avaliação de indicadores de resultados de negócio, como a efetividade da liderança na gestão de pessoas e condução dos negócios, o ambiente propício para gerar inovação por todos e valores aplicados na prática para fortalecer a cultura organizacional”, detalha Isabela Lopes.

Já na segunda parte, além do diagnóstico com os colaboradores, as organizações passam por uma avaliação das práticas de gestão de pessoas, baseado na metodologia das 9 Práticas Culturais. Neste momento, a avaliação é feita pelo GPTW para entender o nível de excelência e competividade das ações de gestão em comparativo com o mercado. A empresa precisa ter no mínimo 100 funcionários e concorrer com um CNPJ registrado no setor de indústria.

Todas as informações demográficas obtidas na lista Great Place to Work são referentes ao ano anterior à data da aplicação da pesquisa com os funcionários.

A lista das que conquistaram o selo na versão 2021 contou com 375 inscritas. (Foto: Pixabay)

Retorno positivo

Haline Aquino entende que ao ser reconhecida como uma empresa Great Place to Work, a organização automaticamente eleva sua reputação e imagem, atraindo profissionais talentosos que buscam ambientes preocupados com a sustentabilidade.

“A companhia atrai também investidores que passam a confiar mais no negócio, mantendo seus dividendos por mais tempo e, de quebra, pode obter vantagens financeiras, já que o mercado oferece linhas de crédito diferenciadas para que as empresas sigam investindo em práticas sustentáveis. Além disso, a empresa se torna um agente de transformação, ampliando seu impacto e gerando valor para todo o setor”, enfatiza a diretora.

Isabela Lopes vai na mesma direção e considera que uma empresa se inscrever e participar do Melhores Empresas para Trabalhar – Indústria mostra uma preocupação genuína de um trabalho de gestão que leva em conta confiança como elemento da cultura organizacional e o impacto da confiança no negócio, ou seja, o crescimento do número de empresas participantes evidência que cada vez mais as organizações entendem e reconhecem que a forma como a empresa é administrada e estabelece suas relações é fator crucial para o sucesso do negócio, o que traz impacto direto na produtividade, competitividade da indústria brasileira e, consequentemente, na economia.

“Ano a ano, nas nossas parcerias com as empresas do setor, percebemos um impacto no entendimento de que, uma organização, para ter perenidade, não basta apenas gerar lucro. Elas precisam ter um olhar cuidadoso sobre como estão direcionando o seu desenvolvimento”.