Carla Moraes: será possível trazer o metaverso para as compras eletrônicas com a ajuda de dispositivos inteligentes

Saindo do universo dos games, o recurso de realidade virtual aumentada virou aposta de lideranças do setor varejista para tornar sensação de tangibilidade e experiência de vendas cada vez melhor.

Recurso de realidade virtual aumentada virou aposta do setor. (Foto: Divulgação)

Estabelecer uma relação próxima com consumidor das lojas virtuais tem sido o objetivo de varejistas, que passaram a propor mais interatividade e soluções sensoriais na jornada de aquisição de um produto. Nesse cenário, surge o metaverso, solução que leva o cliente para um ambiente digital de maneira imersiva. O diferencial está nas técnicas de gamificação utilizadas, tornando a compra virtual mais interessante e imaginativa graças ao auxílio de avatares e recursos de realidade aumentada, permitindo conhecer e experimentar itens de maneira mais realista.

“Os consumidores querem ter poder de escolha sobre a forma como se relacionam com as marcas e esperam que elas se adequem às suas necessidades, estilo de vida e preferências. Seja no ambiente presencial, on-line ou figital”, aponta Carla Moraes, diretora de E-commerce da Avon, sobre o segmento que tem um grande fator atrativo no mundo virtual, visto a quantidade de influenciadores digitais bem-sucedidos na atualidade.

Carla Moraes - Diretora E-commerce - Avon | LinkedIn
Carla Moraes, diretora de E-commerce da Avon (Foto: Divulgação)

“O metaverso é uma ideia que ainda está em fase de evolução e que vai muito além das lojas virtuais. É um conceito com inúmeras possibilidades que está crescendo e, com a ajuda da tecnologia, será possível trazer, eventualmente, essa percepção de realidade aumentada para as compras eletrônicas com a ajuda de dispositivos inteligentes como óculos, computadores ou mobiles”, pontua.

Eles estão 'pra jogo'

A explosão do mercado gamer vem para ampliar as possibilidades de grandes marcas que prospectam nessa tecnologia um ambiente para lançar suas coleções, a exemplo da Chilli Beans. Primeira empresa brasileira a realizar a sua convenção de lançamento de produtos dentro do jogo GTA e pioneira em experiência Metaverso de venda, ofereceu provador virtual de óculos em seu site e compra de lentes de grau por meio de realidade aumentada.

Caito Maia: conheça a história do fundador da Chilli Beans
Caito Maia, CEO da Chilli Beans. (Foto: Divulgação)

“Sabemos que tem um tempo e um processo natural de maturação dos negócios em novas plataformas. Pensamos em um modelo que atenda todas as gerações. Mesmo o consumidor tradicional, com a pandemia, evoluiu muito no lado tecnológico e compra on-line sem problemas. É bom ressaltar que o mundo digital é mais do que games e redes sociais. Sai na frente quem focar na experiência completa do cliente”, explica Caito Maia, CEO da Chilli Beans.

O intenso movimento de omnicanalidade faz parte da estratégia do plano Carrefour para este ano. E com isso, o lançamento do seu próprio mapa criativo no Fortnite, da Epic Games, vem para reforçar o objetivo. O jogo transporta os jogadores por meio do mapa do Carrefour a uma loja ecológica que fomenta um consumo responsável, por meio de elementos como os pontos de carregamento de veículos elétricos, painéis de energia solar, caminhões de transporte de mercadorias que funcionam a biometano, aproveitamento de luz natural, zona de pesca responsável e exploração pecuária que respeita o bem-estar animal.

Ativos Digitais e Metaverso

De acordo com Leonardo Carvalho, CEO e cofundador da NFTFY, os NFTs (tokens não fungíveis) e o metaverso são dois temas relacionados, mas não interdependentes. “O NFT entra nesse contexto por permitir que as pessoas possam ter, de fato, seus bens digitais, uma vez que os NFTs funcionam como registros de propriedade e, desta forma, potencializam a experiência em ter uma ‘vida’ no ambiente digital. Há um envolvimento financeiro real, visto que o mesmo dinheiro validado no metaverso também corresponde no mundo real, e vice-versa”, con- textualiza o cofundador da NFTFY, primeira empresa brasileira com atuação global em operar por meio do fracionamento de NFTs.

Estruturando o mercado

Caio Jahara, CEO da R2U, plataforma de centralização de informações e imagens sobre produtos do vare- jo brasileiro, acredita que este setor tem de estar seguro de que o metaverso faz sentido dentro de sua estratégia de omnicanalidade, fato a ser encarado como canal a ser construído, devendo o varejista ter todos os seus assets digitalizados em 3D.

Caio Jahara, sócio fundador da R2UCaio Jahara, CEO da R2U. (Foto: Divulgação)

“Quem sair na frente, aprenderá antes e fará a diferença. Você se lembra de quando a internet começou e todos também acha- vam que era uma ‘bobagem’, uma moda que passaria rápido? E lembra de quem foi o primeiro varejista que teve uma página na rede? Magazine Luiza, certo? E hoje, quem é que lidera o e-commerce no Brasil? Isso não é coincidência, é consequência de se permitir experimentar, acertar e errar e, consequentemente, aprender antes de todos os concorrentes. Assim como o e-commerce, as marcas precisam se posicionar hoje nesse novo canal, pois quem sai na frente tende a virar o líder do segmento”, enfatiza Jahara.

Carta na manga do varejo on-line


Daniela Lacerda é CEO da rede Corujão 24h, com sede em Feira de Santana (BA) - Taila Silva/Divulgação
Daniela Lacerda, CEO da rede Corujão 24h

Daniela Lacerda, CEO da rede Corujão 24h, afirma que no seguimento do varejo, as principais ferramentas de omnichannel já impactam diretamente nas vendas, a exemplo de um simples vídeo interativo de entretenimento no Instagram para apresentar uma oferta de uma forma descontraída e orgânica. “As pessoas gostam de ver que por trás de empresas existem pessoas. Então, prezo muito a humanização como impacto de ambiente virtual e físico”.