Metaverso abre oportunidades de trabalho para diversos profissionais
Especialista em tecnologia conta quais são essas profissões e revela as principais dicas de como migrar para o universo virtual.
Um estudo mostra 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram criadas. (Foto: Pixabay)
A sociedade está vivendo uma transformação constante e cada vez mais profunda da união entre o real e o virtual. Prova disso é a evolução do metaverso: um ambiente online em que os usuários interagem por meio de avatares. Por lá é possível viver uma nova forma de realidade, que abre portas para a criação de inúmeras possibilidades de negócios, profissões e carreiras.
Um estudo do Institute For The Future, realizado no Brasil e em mais 16 países, estimou que 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram criadas. Isso significa que as mudanças no mundo das profissões estão bem longe de acabar. Mas, como o profissional já formado pode fazer parte deste novo cenário? Sobre isso, o especialista em tecnologia Mario Aguilar garante que existe espaço para os mais diversos profissionais trabalharem com e dentro do metaverso.
“O fato ao qual todos precisam estar atentos é que a realidade virtual é feita e vivenciada por pessoas reais. Isso significa que existem relações e comportamentos humanos transferidos para dentro do espaço virtual. Ou seja, muitas necessidades do mundo real farão parte do mundo virtual e, para isso, é preciso profissionais especializados”, explica.
Uma das grandes procuras hoje no mercado de trabalho envolvendo o metaverso são os storytellers, profissionais capazes de criar enredos com narrativas atrativas. Então, aqueles profissionais que já trabalham como copywriter ou ghost writer são fortes candidatos para ingressarem na criação de histórias especiais para o universo online, seja produzindo um plano de fundo para novos ambientes virtuais ou histórias para aqueles que já existem.
E se a realidade virtual é uma extensão da vida física e seus relacionamentos, os profissionais do direito serão imprescindíveis. Ou melhor dizendo: já são! Um exemplo recente que mostra a necessidade de advogados especializados aconteceu dentro do Meta Horizon, metaverso do Facebook, quando uma pesquisadora denunciou ter sofrido assédio sexual.
“Pode parecer muito distante, mas já tem escritório de advocacia dos Estados Unidos presente no metaverso e já começam a surgir startups de tecnologia da informação com ênfase no direito. Tudo isso para criar e mediar os smarts contracts, ou seja, os contratos inteligentes que norteiam as relações de negócios dentro da realidade virtual. Então, vale a pena ficar atento a esse novo segmento de atuação e se preparar”, enfatiza Aguilar.
Outra categoria profissional que já usa alguns recursos tecnológicos, mas que pode pensar em viver apenas do virtual, é a de arquitetos. Assim, como nos projetos físicos, as empresas buscam quem possa criar prédios, lojas, casas e ambientes completos para seus espaços dentro do metaverso.
E para encerrar essa lista de profissões é preciso mencionar os estilistas digitais, profissionais que já estão sendo procurados por marcas de alta costura para criar coleções exclusivamente para avatares. Em março deste ano, inclusive, aconteceu a primeira Metaverso Fashion Week, um evento de moda para a realidade virtual.
Diante dessas e de muitas outras oportunidades de emprego no metaverso, Mario Aguilar, que sempre compartilha acontecimentos do mundo tech no canal Workstars, acredita que os primeiros passos são fundamentais para qualquer tipo de profissional que enxerga na realidade virtual um caminho de sucesso.
“Quando falamos de negócios e carreira no metaverso, não existe outra porta de entrada que não seja pelo estudo. É preciso entender esse novo universo, conhecer as transações e como funcionam, do que os usuários gostam e o que as empresas procuram. E, acima de tudo, ter a capacidade de manter uma boa comunicação. Para isso é necessário dominar a língua inglesa. Sem o inglês fluente é muito difícil encontrar boas oportunidades. Eu acredito que a receita ideal para todo iniciante seria a união da fluência no inglês, o conhecimento sobre o metaverso e uma boa experiência profissional na sua área de atuação, independente de qual seja”, encerra.