"Relações sinobrasileiras vão abrir fronteiras e se deparar com novos temas pós-pandemia", afirma embaixador chinês
Yang Wanming, embaixador plenipotenciário da República Popular da China, participou de Almoço-Debate LIDE com o ex-presidente do Brasil, Michel Temer. Evento remoto destacou a importância das relações internacionais na gestão pública.
Embaixador da China defendeu ampliação de acordos com o Brasil (Foto: Reprodução)
O embaixador plenipotenciário da República Popular da China no Brasil, Yang Wanming, afirmou que as relações sinobrasileiras vão abrir "novas fronteiras" a partir da troca de inovação após pandemia. A fala ocorreu durante Almoço-Debate LIDE com a participação do ex-presidente do Brasil, Michel Temer, transmitido ao vivo nesta segunda-feira (12). Abaixo, assista em vídeo ou ouça em podcast.
"A China é um parceiro estável e confiável do Brasil. Vamos aprofundar as cooperações em campos tradicionais, como agro, infraestrutura, energia e manufatura. Ao mesmo tempo, vamos abrir novas fronteiras, como inovação. As relações sinobrasileiras vão se deparar com novos temas pós-pandemia", garantiu o embaixador.
Wanming considerou que o mundo vive uma "transformação histórica" diante de um período de "turbulências e mudanças". O diplomata avaliou que o setor produtivo é mais sensível diante do atual contexto, mas que se mostrou resiliente e pronto para restabelecer o crescimento e o desenvolvimento a partir do controle da crise sanitária mundial.
"Como duas grandes economias emergentes, a China e o Brasil têm oportunidades recíprocas de crescimento. A China vê o Brasil por meio de perspectivas estratégicas de longo prazo. Com base de respeito e benefícios mútuos, nos últimos anos promoveram o crescimento contínuo", disse.
O ex-presidente Michel Temer lembrou que a China é o principal parceiro comercial do Brasil, seguido dos Estados Unidos. Ele destacou a importância da manutenção das relações multilaterais entre os países, não somente para facilitar e ampliar as trocar comerciais, mas também para garantir o desenvolvimento e o intercâmbio de conhecimento.
"Os países prosperam exatamente em função da multilateralidade, de relações pacíficas. O texto constitucional fala sobre isso. Temos um dispositivo que estimula a aliança entre países. Os estados continuam soberanos, mas partilham a sua soberania, como na União Europeia – uma figuração nova do estado moderno", disse.
Pandemia
Temer avaliou positivamente a nomeação do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, que assumiu o Itamaraty no início de abril. "Vejo com o novo embaixador uma relação próspera com a China. Tenho esperança de que o novo embaixador tenha visão multilateralista. Acho que isto vai acontecer", avaliou.
Segundo Yang Wanming, em conversa recente com França, ambos concordaram em aprofundar o enfrentamento da pandemia e desenvolver as relações bilateraiais. "A parte chinesa afirmou que o país valoriza e desenvolve as relações com o Brasil, e atribui a importância da amizade a esforços conjuntos".
Ex-presidente Michel Temer falou sobre multilateralismo. (Foto: Reprodução)
O embaixador chinês falou que desde o início da crise sanitária, provocada pela pandemia de Covid-19, considera o Brasil um "parceiro prioritário" e colaborou com a doação de materiais de proteção e saúde, assistência na aquisição de insumos para a produção de vacinas e na troca de experiências.
"O quadro epidêmico continua grave e a China também lida com uma enorme demanda interna da vacinação, mesmo assim, estamos fazendo o possível dentro do nosso alcance para superar as dificuldades e promover substancialmente a cooperação em vacinas. Com isso, esperamos trazer esperança e confiança ao Brasil para vencer sua luta contra a Covid-19", finalizou.