Preto Zezé: A agenda pública de inclusão transborda para dentro das empresas. A iO nasce para qualificar essa agenda
Projeto iO Diversidade chega ao mercado para combater preconceito nas empresas. Iniciativa é fruto da união da Central Única das Favelas - CUFA, Favela Holding, Instituto Locomotiva e Instituto Luiz Gama.
O CEO da CUFA, Preto Zezé, falou sobre a parceria para fomentar a diversidade no ambiente corporativo (Foto: Divulgação)
Diante da cobrança por diversidade e respeito às diferenças cada vez mais presente no dia a dia das empresas, instituições de renome com trabalhos reconhecidos na academia, no mercado corporativo, movimento negro e movimentos sociais se uniram para lançar, na segunda-feira (11), a iO Diversidade: um ecossistema focado em soluções para que empresas implementem, de fato, uma cultura de diversidade, equidade e inclusão. Durante o lançamento, será apresentada a pesquisa “A falta de inclusão e os riscos para organizações”, realizada pelo Instituto Locomotiva a pedido da iO.
Com nomes de peso à frente do projeto, os fundadores são Anna Karla Pereira, cofundadora da Frente Favela Brasil, coordenadora da Frente Nacional Antirracista, especialista em Gestão pública e mestra em História; Juliana Faleiro, doutora em Direito Político e Econômico; Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva; Silvio Almeida, advogado fundador do Instituto Luiz Gama e professor convidado da Universidade de Columbia; Celso Athayde, CEO da Favela Holding; e Preto Zezé, presidente da CUFA. A empresa será dirigida por Luiz Gustavo Lo-Buono, publicitário especialista em Neurociências e Psicologia Aplicada pelo Mackenzie.
A iO Diversidade irá orientar empresas na adoção de um conjunto plural de iniciativas de inclusão e práticas antidiscriminatórias por meio de programas de capacitação, diagnóstico organizacional, elaboração de códigos de condutas, censo de diversidade e gestão de marca e da comunicação.
Celso Athayde, CEO da Favela Holding (Foto: Divulgação)
"Durante a vida inteira lutamos por diversidade. Quando lançamos a Favela Holding, esse era o nosso grande objetivo: Diversificar os espaços de decisão. Conseguimos muitos avanços. Agora a iO vem para deixar essa nossa meta ainda mais concreta", afirmou Celso Athayde, CEO da Favela Holding.
Renato Meirelles ressalta que a iO é uma iniciativa que reúne profissionais de referência em diversos setores, seja em igualdade racial, neurociência e a realidade das favelas para transformar a cultura de empresas. “Somos uma iniciativa que reúne profissionais de referência em diversos setores do país, seja em igualdade racial, neurociência e a realidade das favelas para transformar a cultura de empresas. O respeito à diversidade é hoje um imperativo que, se desrespeitado, pode custar muito caro”, explicou Renato Meirelles.
A consultoria também terá como carro-chefe a Escola da Diversidade, que irá capacitar profissionais em relação a habilidades com foco em diversidade, equidade e inclusão por meio de cursos livres on-line, formação de lideranças e uma pós-graduação - tudo voltado exclusivamente para empresas, já que 66% dos trabalhadores brasileiros conhecem alguém que já sofreu preconceito, discriminação, algum tipo de humilhação ou deboche no ambiente de trabalho, de acordo com dados do Instituto Locomotiva.
”Não vejo uma possibilidade de mudança se nós não começarmos a tratar seriamente o problema da desigualdade social no Brasil. O que implica uma mudança política, econômica, ideológica, no sentido de constituir um novo imaginário social que vai fazer com que nós, incluindo as empresas, pensemos no país como um lugar em que seja inadmissível que negros, mulheres, pessoas LGBTQIA+ sejam vítimas de violência sistêmica”, disse Silvio Almeida.
Anna Karla Pereira, CEO da AK Projetos e Consultorias Antirracistas
(foto: Divulação)
"É muito importante que as pessoas se conscientizem que quanto mais plural o mercado, melhor para a sociedade. Vamos juntos colocar maia pretos, favelados, mulheres e LGBTs nos espaços de poder", falou Anna Karla Pereira.
Para compor a agenda de lançamento da iO, de 1 a 18 de agosto, ainda serão realizados diversos webinários gratuitos e abertos ao público que promoverão um debate.
"A agenda pública de inclusão agora transborda para dentro das empresas. A iO nasce para qualificar essa agenda, ampliar seu alcance e garantir sustentabilidade na sua implementação", comemorou Preto Zezé.