ESG e riscos virtuais são os principais pontos de atenção dos Comitês de Auditoria
De acordo com o levantamento da KPMG, a qualidade das demonstrações financeiras e das divulgações ao mercado continua sendo uma das principais prioridades para este ano, tanto por conta dos desafios impostos pela pandemia.
Sócia-diretora do ACI Institute e do Board Leadership Center e de mercados na KPMG do Brasil, Fernanda Allegretti. (Foto: Divulgação)
O foco nas questões do ESG e a aceleração da digitalização, aumento dos ataques cibernéticos, readequação dos modelos de trabalho, negócios e economia são apenas algumas das enormes transformações e pontos de atenção, recentemente, nos negócios. Essa é uma das conclusões do levantamento “Comitê de Auditoria: prioridades para a agenda de 2022”, realizado pela KPMG, por meio do ACI Institute Brasil.
De acordo com o levantamento, a qualidade das demonstrações financeiras e das divulgações ao mercado continua sendo uma das principais prioridades para este ano, tanto por conta dos desafios impostos pela pandemia -- trabalho remoto, flexibilização de controles internos e maior preocupação com a saúde e o bem-estar da força de trabalho --, quanto pelos efeitos na valorização dos ativos, na capacidade de liquidação das obrigações e na geração de caixa e receita para o atendimento dos investidores.
“Todos esses temas agregaram desafios emergentes e novas preocupações às agendas corporativas. Em um ambiente em constante transformação, o papel do Comitê de Auditoria torna-se cada vez mais importante e desafiador. A complexidade do ambiente regulatório e os desafios em manter a efetividade no gerenciamento de riscos, na qualidade dos controles internos e no compliance, têm trazido responsabilidades cada vez maiores aos Comitês de Auditoria. A crescente responsabilização dos Conselhos de Administração nas questões de governança, riscos e compliance, seja por investidores, reguladores e ativismo dos demais stakeholders traz uma busca cada vez maior na qualificação e na atuação dos Comitês de Auditoria e a sua interação e prestação de contas com o Conselho de Administração”, explica o sócio em riscos e governança corporativa da KPMG no Brasil e CEO do ACI Institute e do Board Leadership Center, Sidney Ito.
Diante desse cenário, a publicação destaca oito temas a serem observados com atenção pelos Comitês de Auditoria daqui em diante. Acompanhe abaixo:
1. Manter o foco nas demonstrações financeiras e no respectivo ambiente de controles internos — prioridade número um.
2. Monitorar as divulgações relacionadas às mudanças climáticas e às práticas ESG e alinhar as responsabilidades do comitê de auditoria;
3. Atuar no aprimoramento do foco da empresa em ética e compliance;
4. Manter o foco na segurança cibernética e no aumento do risco de ataques de ransomware (software que pode bloquear o acesso a sistemas ou dados);
5. Reforçar a qualidade da auditoria das demonstrações financeiras e alinhar expectativas com o auditor independente;
6. Entender como a tecnologia está impactando a gestão de talentos, a eficiência e a qualidade das áreas contábil e financeira;
7. Assegurar que a auditoria interna esteja focada nos riscos corporativos mais significativos;
8. Gestão eficiente do tempo e da agenda do Comitê de Auditoria.
“As transformações provocadas pela pandemia, desde a aceleração da digitalização até a readequação dos modelos de trabalho, negócios e economia, trouxeram ainda mais desafios e preocupações ao processo de elaboração e divulgação de demonstrações financeiras e relatórios corporativos. Isso se reflete também no ambiente de controles internos e de riscos”, acrescenta a sócia-diretora do ACI Institute e do Board Leadership Center e de mercados na KPMG do Brasil, Fernanda Allegretti.