Primeira ministra a integrar o Superior Tribunal Militar defende democracia e exalta responsabilidade na hora do voto
Durante o 21º Fórum Empresarial LIDE, Maria Elizabeth Rocha apontou a alternância de poder e o voto como pontos fundamentais para uma vida em sociedade.
Ministra Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM). (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)
Primeira e única mulher nomeada para o Superior Tribunal Militar (STM), depois de mais de um século de cadeiras ocupadas exclusivamente por homens, a ministra Maria Elizabeth Rocha defendeu a democracia em um painel especial apresentado durante o 21º Fórum Empresarial LIDE, considerado o mais importante evento empresarial do país. Na ocasião, a ministra destacou a alternância de poder e a garantia dos cidadãos à direitos constitucionais como fundamentais para uma vida em sociedade, além de exaltar a responsabilidade ao apertar a urna.
De acordo com a ministra, as vantagens da democracia são infinitamente maiores, mesmo com problemas graves que a afeta, como a corrupção e a compra de votos.
"A democracia direta evoluiu e, apesar dos altos e baixos, ela ainda é um dos melhores regimes que conhecemos, devido à alternância do poder e as garantias ao cidadão. O sufrágio é a melhor garantia de sanidade das sociedades. Eventos recentes levaram a alguns a pensar que o sistema mereceria substituição. Mas a consciência de viver em uma sociedade com liberdade de expressão aflora a necessidade democrática, fazendo pensar: qual seriam as alternativas em outro cenário? As minorias seriam mais protegidas? Um acordo criado por fascistas daria mais bem-estar social? Estou certa de que não", afirmou Maria Elizabeth Rocha.
No cargo desde 2007, a ministra é conhecida por posicionamentos garantistas, defendendo a igualdade de gênero a partir do incentivo à presença de mulheres e contra a discriminação a homossexuais nas Forças Armadas.
Ainda durante o painel, que teve na plateia a presença de empresários, representantes de órgãos públicos e do Poder Legislativo, Maria Elizabeth apontou que o autoritarismo pode vir coberto por vernizes de legitimidade, sob o argumento de preservar e salvar direitos conquistados.
"É preciso ter responsabilidade na hora de apertar a urna para decidir quem serão os próximos governantes do nosso país. São escolhas que vão determinar o nosso futuro, porque quando a democracia cai por terra, reconstruí-la, demanda um tempo muito maior", complementou a ministra durante o evento.
Sobre o Fórum
Pela primeira vez, o Fórum Empresarial LIDE acontece na cidade do Rio de Janeiro, entre 23 e 26 de junho, no Hotel Fairmont, em Copacabana, na Zona Sul da cidade. O evento reúne líderes de diferentes setores para dialogar sobre novos caminhos para o desenvolvimento do Brasil, abordando temas como governança e transparência na gestão pública; sustentabilidade e compromisso ambiental; modernização do modelo energético brasileiro; o futuro político e institucional do Brasil; o papel da democracia na sociedade; as lideranças políticas e a retomada econômica, além da profissionalização do esporte e a retomada de eventos culturais.