Para CNI, próximo governo deve priorizar política industrial focada em inovação e sustentabilidade
A entidade apresenta aos candidatos à Presidência as propostas para os próximos quatro anos. Interlocução da iniciativa privada com o setor público é determinante para impulsionar crescimento.
Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (Foto Iano Andrade/CNI)
A pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia acentuaram as conhecidas adversidades que o setor produtivo brasileiro enfrenta há anos. Agora, é o momento de voltar a atenção para as soluções que o Brasil tanto precisa para construir um futuro mais próspero, ambientalmente equilibrado e socialmente justo.
Diante de mais de 1,2 mil empresários, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu uma política industrial moderna, pautada nos investimentos em inovação e tecnologia e na agenda do clima, para o país ter ganhos na produtividade e competir no mercado internacional.
Durante abertura do Diálogo da Indústria com os Pré-Candidatos à Presidência da República, realizado pela CNI nesta quarta-feira (29) em Brasília, Robson Andrade apresentou as propostas do setor para o próximo governo. O evento contou com a participação de representantes das 27 federações estaduais e de associações setoriais da indústria.
Indústria quer estratégia de longo prazo em Ciência, Tecnologia e Inovação
Segundo ele, há uma janela de oportunidade com a revolução verde e tecnológica pela qual o mundo todo está passando. Mas o Brasil não vai alcançar os países mais avançados na economia 4.0 e de baixo carbono se não consolidar uma política para investir em inovação e ter uma indústria nacional forte e dinâmica – já que o setor responde por quase 70% dos investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento.
“Para dar esse salto, é preciso implementar uma estratégia nacional de longo prazo que estimule a ciência, a tecnologia e a inovação. Essa política deve ter instâncias de governança bem definidas, recursos adequados, e metas e prazos ambiciosos”, defendeu o presidente da CNI.
A partir dessa estratégia e da interlocução aberta e democrática entre a iniciativa privada e o setor público, disse Robson Andrade, o país terá condições para reduzir as emissões de gases de efeitos estufa e ocupar uma posição de maior destaque no esforço global de conter o aquecimento do planeta.
“A agenda do clima é ampla e oferece possibilidades de negócios admiráveis em diversas áreas. Entretanto, exige novas tecnologias e a adoção de políticas apropriadas para a produção de energias renováveis e para o uso sustentável da nossa rica biodiversidade”, ponderou Robson Andrade.
País precisa de avanços em educação, infraestrutura e reforma tributária
Cruciais para o crescimento da economia e a melhora da qualidade de vida da população, as áreas de educação e de infraestrutura também foram lembradas. O dirigente reforçou que o sistema educacional público brasileiro precisa dar um salto de qualidade e proporcionar uma formação profissional alinhada à realidade do setor produtivo e às novas tecnologias.
Em relação à infraestrutura, é preciso adotar medidas regulatórias efetivas para promover a competição no mercado de gás natural, de combustíveis e de energia elétrica, além de ampliar investimentos em sistemas eficientes de transportes a fim de reduzir custos de logística.
Por último, Robson Andrade reforçou a urgência de aprovar a reforma tributária. Como ele lembrou, as mudanças no sistema de tributação sobre o consumo já foram amplamente discutidas e estão prontas para votação no Congresso Nacional.
Fonte: Agência CNI de Notícias