Mercado automotivo investe em marketing visando recuperação financeira
Estudo da KPMG aponta seis etapas para fusões e aquisições bem-sucedidas.
A otimização das estratégias de marketing e a ampliação da capacidade de vendas e distribuição serão fundamentais para gerar mais valor em operações de fusões e aquisições na indústria automotiva, ajudando o setor a se recuperar dos impactos sofridos em função da pandemia. Essa é a principal conclusão de um levantamento realizado pela KPMG nos Estados Unidos, que ouviu 50 executivos da área com ampla experiência em estratégia de negócios e integração.
Segundo o relatório "Capturando valor em fusões e aquisições na indústria automotiva", o mercado projeta uma série de transações deste tipo nos próximos meses, além da criação de parcerias mais criativas que favoreçam o acesso a novas tecnologias. "As empresas deverão se reinventar diante do atual contexto social e econômico - o que inclui, por exemplo, a necessidade de se posicionar em uma indústria em transformação, com veículos elétricos, conectados e autônomos", analisa o sócio-líder do setor automotivo da KPMG, Ricardo Bacellar.
O aumento na capacidade e na produção, bem como melhorias em volume e poder de compra, são outros pontos citados pelo documento como sendo de alto potencial para captura de valor para as companhias. Por outro lado, itens como otimização da cadeia de suprimentos, eficiência operacional e sinergias de pessoal foram apontados como menos importantes pelos executivos ouvidos pela KPMG.
De acordo com os resultados da pesquisa, as funções mais difíceis de integrar são tecnologia da informação, recursos humanos e cultura organizacional. Segundo o estudo, compradores que reconhecem os desafios nessas áreas desde o início aumentam as chances de passar tranquilamente pela fase de estabilização no pós-fechamento, alcançando outras atividades de criação de valor.
O texto indica ainda a importância de um planejamento cuidadoso, completo e antecipado para uma integração eficiente, com seis principais etapas:
— Altos executivos devem se comprometer com o apoio à gerência;
— Começar o planejamento de integração durante a diligência prévia;
— Identificar, quantificar e projetar planos de sinergia detalhados;
— Definir o perímetro para evitar custos de deslocamento;
— Minimizar mudanças durante os primeiros 30 dias;
— Reavaliar as oportunidades de sinergia após o fechamento.
Além dessas novas demandas, a publicação aborda ainda consolidações, estruturações, desmembramentos, investimentos em novos recursos e revisão do portfólio de negócios.