Transformação da paisagem pela combinação singular de projetos artísticos e botânica é uma marca fundamental do Inhotim

Cerca de 700 obras de mais de 60 artistas, de quase 40 países, são exibidas ao ar livre e em galerias em meio a um Jardim Botânico com mais de 4,3 mil espécies botânicas raras, vindas de todos os continentes.

Sem títulod1_page1_image1Cildo Meireles, Desvio para o vermelho: Impregnação, Entorno, Desvio, 1967 – 1984 (Foto: Divulgação)

Os espaços culturais foram os empreendimentos que mais sofreram com a pandemia de Covid-19, impacto sentido além do aspecto financeiro – algo corriqueiro no país que pouco investe em arte, mas também pelo fator emocional do afas- tamento de seus admiradores e fãs. Apesar dos percalços, muitos projetos procuram se reinventar, investir em manutenção e retomar as atividades em grande estilo. Um exemplo disso, é o Instituto Inhotim, museu de arte contemporâ- nea e Jardim Botânico, localizado em Brumadinho, em Minas Gerais. Com localização privilegiada – entre os ricos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado –, e as paisagens exuberantes ao longo dos 140 hectares de visitação proporcionam experiência única que mescla arte e natureza.

Renovação

Uma das obras mais icônicas do Inhotim ago- ra está de volta e totalmente renovada. Desvio para o Vermelho I, II e II (1967-1984), do artista Cildo Meireles, foi reaberto para visitação após passar por revitalização da pintura do mobiliário e das paredes, higienização de obras e objetos, e substituição de carpete e forro. “Fechada desde o início da pandemia, a obra passou por um proces- so de conservação e restauro feito por uma equipe de cerca de 20 profissionais, entre conservadores e restauradores, técnicos de produção e assistentes de produção artística e montagem, pedreiros, pro- dutores artísticos e eletricistas”, conta Bruna

Sementes

A atuação do Instituto Inhotim, enquanto Jardim Botânico, também foi reconhecida neste ano pelo BGCI’s Global Botanic Garden Fund, incentivo internacional que elege e apoia proje- tos em jardins botânicos espalhados por todo o mundo. O apoio vai contribuir para desenvolvi- mento de um estudo sobre as respostas de mudas de espécies nativas ameaçadas de extinção e também para financiar o projeto de troca de sementes entre jardins associados ao BGCI.