Covid-19 acelera quatro tendências fundamentais no setor de varejo
Segundo o levantamento, mesmo antes da covid-19, o modelo de varejo baseado em lojas físicas vem cedendo espaço para o mercado online.
Desafios da pandemia reforçam varejistas a repensarem valor da cadeia. (Foto: Agência Brasil)
De acordo com o estudo "Tendências Globais para o varejo 2020 - Preparando-se para a Nova Realidade" (em inglês, Global Retail Trends 2020), produzido pela KPMG, quatro tendências globais no setor de varejo foram antecipadas em função das medidas restritivas e de isolamento social proporcionada pela pandemia da covid-19. Os direcionamentos são as seguintes: evolução no modelo de negócios; o propósito assume o protagonismo rumo ao futuro; repensar o "custo para se fazer negócios"; e a análise do cliente e de suas escolhas ou preferências.
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Segundo o levantamento, mesmo antes da covid-19, o modelo de varejo baseado em lojas físicas vem cedendo espaço para o mercado online. O estudo mostra que os desafios da pandemia forçaram os varejistas a repensarem não somente a complexidade do valor da cadeia, mas também, na forma de relacionamento e atendimento online, além da logística para entregas em domicílio. O sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa, explica que há uma procura crescente de soluções que permitam os varejistas potencializarem suas ferramentas atuais voltadas para o comércio digital.
"De fato todos os varejistas, inclusive os pequenos e médios, entendem que precisam ter e dominar as ferramentas para vendas digitais para continuar a ter lucratividade ou em alguns casos, continuar no negócio. Hoje existem três opções: se transformar em uma plataforma digital, utilizar uma plataforma já existente ou manter os negócios no formato tradicional, que vem a ser a aposta mais arriscada. Aqueles que optarem por não entrar nessa nova realidade das plataformas, terão de encontrar uma forma criativa para se manter competitivo no mercado", afirma.
O relatório também aponta como nova tendência a intenção de clientes em comprar de empresas que representam algo maior do que apenas os produtos que vendem. De acordo com o estudo, os compradores esperam que os varejistas reflitam valores sociais e deem prioridade na transparência dos negócios. Para o sócio-líder de Varejo da KPMG no Brasil, Paulo Ferezin, à covid-19 proporcionou as empresas uma valiosa oportunidade para demonstrar que estão empenhadas em avançar em direção a esse propósito. "Nesse período crítico, foi dada a oportunidade para os varejistas demostrarem de maneira prática como eles lidam com fatores sociais, o quão engajados estão e como estão dispostos a fazerem diferente", explica.
Fernando Gambôa: procura por nova soluções no setor é constante. (Foto: Divulgação)
Repensar o custo e analisar as escolhas do cliente são novas tendências no varejo
A pesquisa indica que a maioria dos varejistas reconhece que as formas convencionais de redução de custos não são mais suficientes para sustentar margens e reconstruir o negócio. O sócio-líder de consumo e varejo da KPMG, Fernando Gambôa, afirma que, o momento é para repensar o negócio, as decisões tomadas neste momento de crise vão refletir nos próximos anos. A perspectiva é que haverá uma grande quantidade de investimentos focados na melhoria do valor dos ativos atuais, além de uma análise muito pragmática sobre os formatos e canais atuais, com foco total no cliente.
O estudo mostra também que, no ambiente atual, os clientes se preocupam menos com a variedade de produtos e mais com a disponibilidade, e isso pode mudar a maneira como muitos varejistas atuam.
"À medida que vários países entraram em lockdown, e as lojas de varejo segmentada em produtos não essenciais fecharam as portas, fazendo com que as prateleiras dos supermercados esvaziassem. A visão atual sugere que apenas dois tipos de varejistas irão sobreviver. Primeiro, aqueles que oferecem seleção limitada produtos, mas com uma boa administração, e o segundo são os que oferecerem seleção ilimitada. Ambos com uma visão de fidelizar os clientes e utilizar tecnologia para tornar a experiência da compra mais fácil", finaliza o sócio-líder de Varejo da KPMG no Brasil, Paulo Ferezin.