5G traz esperança de melhoria na conectividade rural

Nova tecnologia deve provocar revolução na vida das pessoas, mas no campo, em especial nas regiões mais remotas, a prioridade ainda deve ser melhorar a qualidade da internet.

A chegada do 5G no Brasil deve provocar uma verdadeira revolução nas telecomunicações. No agronegócio, o uso da inteligência artificial também deve acarretar uma série de benefícios, porém a passos mais lentos.  

Segundo especialistas, antes de pensar em 5G, é necessário melhorar a própria internet no interior do país, principalmente nas regiões mais remotas. Atualmente, apenas 23% do espaço agrícola brasileiro possuem cobertura de internet, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).  

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Especialistas afirmam que chegada da tecnologia 5G no país, poderia gerar fatores positivos como o aumento de produtividade no campo. (Foto: Agência Brasil)

“Apenas o fato de ter uma boa conexão de internet já seria uma grande revolução no campo”, afirma Alexandre Rangel, líder do Centro de Excelência do Agronegócio da EY. De acordo com ele, o 5G vai ser muito benéfico para o agronegócio, mas a prioridade do poder público e das empresas de tecnologia deve ser a melhoria da conexão virtual no interior do território, com aumento da infraestrutura – instalação de mais antenas nas áreas rurais – ou soluções de tecnologia via satélite. 

No estudo “Cenários e Perspectivas da Conectividade para o Agro”, encomendado pelo governo federal e elaborado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), apenas a melhoria do sinal 4G, 3G e 2G na conectividade rural poderia incrementar em 4,5% o Valor Bruto de Produção (VBP) da agropecuária brasileira – equivalente a cerca de R$ 47,5 bilhões a mais no VBP de 2021, projetado pelo MAPA em R$ 1 trilhão.  

Para atingir esse objetivos, seriam instaladas novas antenas de internet em 4.400 torres de comunicação já espalhadas pelo território nacional.  “A agricultura digital é a base para se manter o compromisso com a ciência, a tecnologia, a inovação e o futuro”, diz a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na abertura do estudo, divulgado no fim do primeiro semestre deste ano.  

O leilão para exploração do 5G no Brasil está marcado para o dia 4 de novembro. A previsão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é que a nova tecnologia esteja disponível a partir de meados de 2022, ao menos nas grandes capitais brasileiras. As vencedoras do leilão deverão, em contrapartida, garantir conectividade 4G em comunidades de até 600 habitantes e nas rodovias brasileiras, o que também vai contribuir para melhoria da conectividade rural, promete o governo. 

Assim como deve ocorrer em outros setores, a adoção da internet 5G deve provocar mudanças, para melhor, no agronegócio. Questões como aumento de produtividade por hectare, previsibilidade do clima com maior antecedência e precisão, controle de irrigação, logística e outras atividades do dia-a-dia nas fazendas serão beneficiadas com a nova tecnologia.